Bruno Rafael Bezerra de Lima foi capturado no interior de SP após tentar fugir para o exterior com ajuda de um motorista de aplicativo, que também acabou detido
Lívia Gennari Publicado em 25/05/2025, às 16h42
Foi preso na noite do último sábado (24), o homem suspeito de assassinar o cabo da Polícia Militar Júlio César da Silva Costa, de 43 anos, com um tiro na testa, em Cubatão, na Baixada Santista. A prisão foi confirmada pelo secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Guilherme Derrite, nas redes sociais.
"Trabalho de inteligência com a equipe da Corregedoria. Em menos de 24 horas, a pronta resposta foi dada e um criminoso que já responde por outro homicídio está atrás das grades. Mais um exemplo de que a reincidência tira vidas", afirmou o secretário.
O crime
O homicídio aconteceu na noite de sexta-feira (23), na Comunidade da Vila Esperança, em Cubatão. O policial foi atingido na cabeça depois que a viatura em que estava foi alvo de diversos disparos na principal via da comunidade, enquanto a equipe atendia uma denúncia sobre suspeitos escondidos em um matagal. Sem chance de defesa, o cabo Júlio foi socorrido e levado ao Pronto-Socorro Central da cidade, mas não resistiu aos ferimentos.
O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML).
Tentativa de fuga e prisão
De acordo com a Polícia Militar, Bruno Rafael Bezerra de Lima, conhecido como "Lagoa" e identificado como autor dos disparos, foi localizado em Cesário Lange, no interior de São Paulo, quando tentava fugir para o Paraguai com a ajuda de um motorista de aplicativo, que também foi preso. "Lagoa" confessou o crime após ser capturado. Com a dupla, a polícia apreendeu R$ 1.959 em dinheiro.
A prisão ocorreu após uma denúncia anônima, que revelou que o motorista receberia R$ 3 mil para transportar Bruno de São Vicente até o país vizinho. O carro foi interceptado por volta das 21h20, na altura do km 139 da Rodovia Castello Branco. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP-SP), o motorista já teria realizado esse tipo de transporte para outros criminosos anteriormente.
Além de confessar o assassinato, Bruno foi reconhecido por um dos policiais que estava na ocorrência. Ele já era considerado foragido, com um mandado de prisão preventiva em aberto desde 2021, por outro homicídio cometido próximo a um ponto de tráfico de drogas, na mesma comunidade, em Cubatão.
O secretário Guilherme Derrite também reforçou que o policiamento foi ampliado na região após o crime e se solidarizou com a família do policial. "Nenhum ataque às nossas polícias ficará impune", declarou.
O cabo Júlio deixa esposa e um filho de 12 anos. Ele tinha mais de 20 anos de serviço na corporação. O velório acontece neste domingo (25), no Cemitério Memorial Vicentino, no Parque Bitaru, em São Vicente. A cerimônia de cremação será restrita aos familiares e deve contar com a presença do comandante-geral da PM de São Paulo, coronel José Augusto Coutinho.
O caso foi registrado na Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Itapetininga, no interior do estado. A Polícia Civil solicitou a prisão preventiva de ambos os detidos.