Polícia

Operação Juçara: MP e Polícia descobre esquema de palmito ilegal que destrói a Mata Atlântica

Investigação revela que palmito é processado em fábricas clandestinas sem higiene, colocando em risco a saúde pública

A operação é resultado de denúncias sobre danos ambientais no Parque Estadual da Serra do Mar - Imagem: Reprodução

Gabriella Souza Publicado em 25/11/2025, às 11h36

Uma grande operação de fiscalização está em curso nesta terça-feira (25) para desmontar um esquema de extração e venda ilegal de palmito nas regiões do Vale do Ribeira e Vale do Paraíba. O foco da ação, batizada de "Operação Juçara", é prender um grupo que retira o palmito de forma criminosa em áreas de mata protegida e o processa em fábricas totalmente clandestinas.

A Justiça autorizou o cumprimento de oito mandados de busca e apreensão em endereços localizados nos municípios de Juquitiba, Miracatu e Itapecerica da Serra.

O trabalho de investigação conseguiu identificar todo o caminho do produto ilegal. O grupo criminoso é responsável por levar o palmito retirado da natureza (o produto "in natura") para locais escondidos, onde funcionam fábricas secretas. O problema é que, nesses lugares, o palmito é preparado e colocado em potes sem higiene nenhuma, sem seguir as regras básicas de saúde e segurança alimentar.

Esquema e os riscos à saúde

A operação começou a ser planejada depois que o Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (GAEMA) recebeu denúncias e informações sobre os grandes estragos ambientais causados pelos criminosos dentro do Parque Estadual da Serra do Mar – Núcleo Santa Virginia, nas regiões de São Luís do Paraitinga e Caraguatatuba.

As investigações mostraram que os envolvidos chegaram a criar empresas de fachada para dar a impressão de que a venda e distribuição do palmito eram legais. Eles simulavam ser distribuidores comuns para enganar a fiscalização e os compradores.

O palmito era manipulado e embalado nessas fábricas irregulares, que tinham ambientes sujos e precários. O processo não seguia as normas de higiene e segurança necessárias para um produto que seria vendido para o consumo das pessoas. O objetivo é dar um fim no esquema que não só destrói áreas de proteção ambiental, mas também coloca em risco a saúde de quem compra e consome o produto.

Participantes da ação

A "Operação Juçara" é um trabalho conjunto de várias forças. Ela é coordenada pelo Ministério Público do Estado de São Paulo, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) e do GAEMA. A ação conta com a participação de promotores de Justiça, servidores do MPSP, membros da Polícia Ambiental e agentes da Vigilância Sanitária. O caso segue em andamento para que todos os responsáveis sejam punidos.

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