Foram encontradas concentrações tóxicas, levando à suspensão do comércio como medida preventiva
Alanis Ribeiro Publicado em 13/08/2024, às 08h46
Técnicos do Governo de São Paulo detectaram microalgas Dinophysis acuminata, causadoras da Maré Vermelha, em praias de Cananéia, Peruíbe e Praia Grande. Foram encontradas concentrações tóxicas, levando à suspensão do comércio e consumo de moluscos bivalves dessas áreas.
A microalga pode produzir uma toxina que se acumula em mexilhões e ostras, podendo causar intoxicações alimentares. A medida é preventiva e será mantida até que novos testes confirmem a segurança desses produtos.
Afinal, você sabe o que é a Maré vermelha?
A maré vermelha é um fenômeno natural que resulta em manchas escuras no mar, geralmente avermelhadas ou alaranjadas, causadas pelo crescimento excessivo de algas microscópicas presentes no plâncton marinho, um processo conhecido como floração.
Ao g1, o biólogo Eric Comin disse que essas florações se caracterizam pelo crescimento acelerado de certas espécies de algas em ambientes aquáticos, formando manchas de cores variadas. Ele acrescentou que esse fenômeno pode alterar as condições ambientais, reduzindo o oxigênio na água, o que pode levar à mortalidade de peixes e representar riscos à saúde humana, além de comprometer a balneabilidade das águas.
Além disso, Comin observou que as algas tóxicas acumulam-se em organismos marinhos e peixes que se alimentam de fitoplâncton, podendo causar a morte desses animais e afetar a cadeia alimentar, resultando em desequilíbrios nos ecossistemas.
Posicionamentos
Em nota para o g1, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) informou que o Plano de Contingência para possível contaminação dos moluscos pela microalga Dinophysis acuminata é acompanhado de forma intersecretarial pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA) e Secretaria de Meio Ambiente (Semil).
Equipes da Coordenadoria de Defesa Agropecuária da SAA realizarão, nesta terça-feira (13) e quarta-feira (14), coletas de amostras em fazendas marinhas na região litorânea do estado. O material será encaminhado para análise laboratorial ainda nesta semana.
De acordo com a Cetesb, o objetivo é averiguar se a toxina produzida pela microalga detectada está acima dos limites máximos na parte comestível dos moluscos bivalves, que englobam ostras, mexilhões, vieiras e berbigões.
Procurado, o estado informou que a Cetesb segue monitorando o deslocamento da floração das microalgas por meio de coleta d’água do mar. As amostras estão sendo analisadas e os resultados serão encaminhados às autoridades competentes para que tomem as providências cabíveis.
O governo disse que, até o momento, não há casos de intoxicações vinculados à ingestão de moluscos dessa região. A SES orienta os municípios quanto à importância da vigilância e notificação destes casos, mesmo que suspeitos, para acompanhamento.
Ainda de acordo com a SES, em caso de contaminação, a doença pode causar sintomas gastrointestinais nas primeiras 24h, como diarreia, dores abdominais, entre outros.
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