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Justiça absolve Edinho, filho de Pelé, mas condena Naldinho pelo comando de facção criminosa

Documento judicial também aponta que quatro réus tiveram suas punições extintas devido à prescrição dos crimes

Ex-goleiro e filho de Pelé, Edson Cholbi Nascimento - Imagem: Reprodução/Divulgação/Santos Futebol Clube
Ex-goleiro e filho de Pelé, Edson Cholbi Nascimento - Imagem: Reprodução/Divulgação/Santos Futebol Clube

Alanis Ribeiro Publicado em 04/12/2024, às 11h14


Apesar de estar desaparecido há quase 16 anos, Ronaldo Duarte Barsotti de Freitas, conhecido como Naldinho, identificado como líder de uma organização criminosa, foi condenado a 25 anos de prisão. No entanto, a Justiça absolveu o ex-goleiro e filho de Pelé, Edson Cholbi Nascimento, o Edinho, das acusações de tráfico de drogas e associação ao tráfico

O caso foi montado em 2005, quando Edinho, Naldinho e outros indivíduos foram presos durante a Operação Indra, conduzida pelo Departamento Estadual de Investigações sobre Narcóticos (Denarc). Na ocasião, Edinho alegou ser apenas usuário de drogas e negou qualquer vínculo com a quadrilha.

Eugênio Malavasi, advogado de Edinho, celebrou a absolvição de seu cliente pelos crimes de tráfico e associação ao tráfico, mas destacou que ele já cumpre pena em regime aberto por lavagem de dinheiro vinculada ao tráfico. Malavasi questionou a condenação:

"Ele foi absolvido dos crimes de tráfico e associação ao tráfico. Então, ele lavou dinheiro do quê? Por qual crime? Isso mostra que a condenação por lavagem é injusta," disse ao g1. O advogado afirmou que tomará as medidas legais cabíveis.

O documento judicial também aponta que quatro réus tiveram suas punições extintas devido à prescrição dos crimes, o que fez o Estado perder o direito de puni-los.

Naldinho foi condenado a cumprir pena em regime fechado e ao pagamento de 720 dias-multa por liderar uma organização criminosa que operava na Baixada Santista e mantinha vínculos com o Comando Vermelho, do Rio de Janeiro. Seu paradeiro é desconhecido desde 2008, quando estava em liberdade condicional. Especula-se que ele possa estar morto ou foragido.

Outro réu notável, Maurício Louzada Ghelardi, conhecido como Soldado, foi condenado a 21 anos e 350 dias-multa. Seu advogado questionou as evidências usadas no processo, baseadas em interceptações telefônicas antigas, classificando-as como frágeis.

Ademir Carlos de Oliveira e Clóvis Ribeiro também receberam penas elevadas. Ademir foi sentenciado a 25 anos de prisão e 720 dias-multa, enquanto Clóvis recebeu uma pena de 18 anos e 300 dias-multa. 

A defesa de Ademir optou por não comentar a decisão, e as defesas de Naldinho e Clóvis não foram localizadas para se pronunciar ao g1.