Lentes de resina aplicadas por mulher com curso online de 4h resultam em necrose nos dentes de jovem

Mulher sem formação em odontologia cobrava R$ 1 mil por procedimento que resultou em danos graves à saúde dental da adolescente

Foto mostra os dentes de adolescente durante a remoção das lentes colocadas por mulher que não é dentista - Imagem: Reprodução | Acervo
Foto mostra os dentes de adolescente durante a remoção das lentes colocadas por mulher que não é dentista - Imagem: Reprodução | Acervo

Marina Milani Publicado em 09/11/2024, às 13h02


Andreza Aline Gasparini Lima, uma mulher sem formação em odontologia, aplicou lentes de resina em uma adolescente de 17 anos em um procedimento realizado fora de um consultório odontológico. A jovem, que preferiu não se identificar, alegou que após o procedimento, as lentes caíram, deixando seus dentes com um quadro grave de necrose pulpar, necrose óssea e periodontite, resultando em dentes desgastados e escurecidos.

A adolescente procurou um dentista após o desconforto na gengiva e o escurecimento dos dentes, onde foi diagnosticada com um "quadro infeccioso periodontal" devido à má adaptação das facetas de resina, realizadas por Andreza. Ela relatou que o procedimento foi feito na casa de Andreza, após um acordo de pagamento de R$ 1.000, sendo o valor reduzido devido a um desconto relacionado a serviços prestados pelo pai da jovem. A adolescente afirmou que, após o procedimento, as lentes começaram a cair e não havia cuidados adequados informados por Andreza.

Foto: Reprodução 

O Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP) declarou que apenas cirurgiões-dentistas, com formação e registros profissionais, estão habilitados a realizar esse tipo de procedimento, em ambientes licenciados e devidamente estruturados. Andreza, por sua vez, completou um curso online de resina composta de quatro horas de duração, sem a devida capacitação para procedimentos clínicos, como alertado pela Optical, empresa que ofereceu o curso.

Após o incidente, a adolescente buscou ajuda odontológica, onde foi orientada a remover as lentes e tratar os danos, incluindo o uso de medicações para gengivite e acompanhamento odontológico profissional. Ela relatou sentir-se frustrada e triste, pois, aos 17 anos, seus dentes estavam "escuros e feios" devido ao procedimento inadequado.

A situação gerou indignação, e a jovem descreveu que Andreza tentou negar a responsabilidade pelos problemas causados, chegando a afirmar que ela havia feito outros procedimentos não combinados. O caso segue sendo investigado, com a jovem buscando reparação pelos danos à sua saúde bucal.