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Mulher foge com filha de 15 anos após atirar e deixar jovem paraplégica em Santos

Elisabete e sua filha fugiram após ataque que deixou jovem paraplégica; ex-marido é o mandante do crime

A jovem foi atingida nas costas e passou meses internada; polícia investiga motivação financeira - Imagem: Reprodução
A jovem foi atingida nas costas e passou meses internada; polícia investiga motivação financeira - Imagem: Reprodução

Gabriella Souza Publicado em 31/10/2025, às 08h31



Uma mulher, que atirou nas costas de uma jovem e a deixou paraplégica, está sumida da Justiça com a sua filha, uma adolescente de 15 anos. O crime ocorreu em Santos e o mandante foi o ex-marido da vítima, que já foi preso e confessou o envolvimento.

As duas suspeitas de cometer o ataque conseguiram fugir do local usando o carro do ex-companheiro da jovem ferida. O homem, identificado como George Antonio Lunardi, de 64 anos, foi detido alguns dias depois e se tornou o principal suspeito de ter ordenado a agressão.

O caso aconteceu na noite do dia 3 de setembro, na Rua Cecília Meirelles, no bairro Bom Retiro. Câmeras de segurança flagraram toda a ação. O ex-marido da vítima foi preso temporariamente no dia 9 daquele mês por seu papel no crime.

Em seu depoimento, o homem contou à polícia que havia pedido para a autora dos tiros, Elisabete Cristina Matias, de 33 anos, apenas desse um "susto" na jovem. No entanto, o que aconteceu foi muito mais grave.

A vítima, que havia acabado de sair da academia e estava voltando para casa, passou pelas duas mulheres. De repente, no vídeo, é possível escutar Elisabete a ameaçando e dizendo: "Vai tomar uns pipocos agora". Em seguida, a mulher fez pelo menos cinco disparos.

Atingida nas costas, a jovem acabou ficando paraplégica. A condição significa que ela teve a perda total ou parcial dos movimentos e da sensibilidade da parte de baixo do corpo, incluindo as pernas e uma parte do tronco. A vítima precisou passar cerca de dois meses internada na UTI da Santa Casa de Santos antes de receber alta do hospital.

Suspeitas foragidas

Apesar da prisão do mandante, Elisabete e a filha ainda não foram localizadas. Segundo o delegado assistente do 5º Distrito Policial, Wagner Camargo Gouveia, que conduz as investigações, a Justiça emitiu um mandado de prisão temporária para a mãe e uma ordem de internação provisória para a adolescente.

Os policiais foram até o endereço das duas, mas não as encontraram, o que as torna procuradas. A polícia acredita que Elisabete possa ter recebido algum pagamento em dinheiro para executar o crime.

"A vítima, de fato, não tem qualquer relação com a atiradora. É provável ter existido algum benefício financeiro para que este delito fosse cometido", explicou o delegado.

A jovem ferida relatou à Polícia Civil que, na época, não conhecia as mulheres envolvidas, mas conseguiu identificá-las por meio das imagens. Ela também afirmou ter visto as duas fugindo no carro do seu ex-marido logo após os disparos.

Histórico de violência

A polícia descobriu que o veículo usado no ataque pertence ao ex-marido da vítima. O carro estava com a placa parcialmente tampada por um tapete e uma das lanternas estava queimada. As câmeras registraram as mulheres saindo do automóvel e, depois, sendo levadas pelo homem para a região do Canal 2.

O delegado Wagner Camargo Gouveia ressaltou que George Antonio Lunardi tinha um histórico de conflitos com a vítima. "Ela já tinha feito vários registros contra ele na delegacia, por ameaça, agressão física e violência doméstica, o que mostrava uma situação séria de brigas entre o casal", destacou.

A equipe da Polícia Militar foi chamada para o local e ficou sabendo que, ao passar por duas mulheres em um ponto de ônibus, uma delas começou a acusar a vítima de ter mandado uma mensagem de ameaça nas redes sociais para uma terceira pessoa, não identificada.

Depois disso, a atiradora disparou contra as costas da jovem, que caiu na calçada. Mesmo no chão, foram ouvidos ao menos outros quatro tiros. O Samu levou a jovem ferida para o hospital e o celular dela foi recolhido pela polícia para ser analisado.