Obras do túnel Santos–Guarujá devem começar entre fim de 2026 e início de 2027, diz Mota-Engil

As obras do túnel imerso que ligará Santos a Guarujá devem começar entre o fim de 2026 e o início de 2027, segundo representantes da Mota-Engil, empresa vencedora da licitação realizada em setembro. A estimativa foi apresentada durante reunião com autoridades locais na semana passada.

A construtora informou que a assinatura do contrato com o Governo do Estado está prevista para ocorrer entre 15 de dezembro deste ano e 15 de janeiro de 2026. O Governo Paulista, por meio da Secretaria de Parcerias em Investimentos, confirmou que o processo da Parceria Público-Privada “segue dentro do cronograma”, com a fase recursal já encerrada e o projeto avançando para homologação e adjudicação.

A SPI reforçou, em nota, que mantém diálogo permanente com os órgãos e entidades envolvidos “para garantir transparência e previsibilidade em todas as etapas do projeto”.

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Reunião e demandas locais

O encontro, realizado na sede da Autoridade Portuária de Santos, contou com a presença dos prefeitos de Guarujá, Farid Madi (Podemos), e de Santos, Rogério Santos (Republicanos), além do presidente da APS, Anderson Pomini. Representantes do Governo do Estado não participaram da reunião.

Durante a apresentação, o prefeito de Guarujá solicitou prioridade na contratação de mão de obra local e oferta de cursos de capacitação. A Prefeitura confirmou que o canteiro de obras será instalado no Distrito de Vicente de Carvalho, em área ainda a ser definida.

A Administração Municipal destacou que trabalha para “mitigar os impactos estruturais e sociais” do empreendimento e recebeu da Mota-Engil o compromisso de compartilhar informações sobre o andamento do projeto.

Já a Prefeitura de Santos reforçou a necessidade de capacitação e contratação de trabalhadores locais, além de medidas para reduzir o impacto no trânsito e evitar desapropriações desnecessárias.

Investimento e estrutura

Com orçamento estimado em R$ 6,8 bilhões, o túnel Santos–Guarujá será custeado de forma compartilhada entre o Governo Federal e o Estado de São Paulo, com aporte de R$ 5,14 bilhões dividido igualmente entre as duas esferas.

A Mota-Engil venceu o leilão realizado em 5 de setembro, na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), oferecendo um desconto de 0,5% sobre o valor da contraprestação pública máxima, fixada em R$ 438,4 milhões mensais. O contrato terá vigência de 30 anos e prevê a construção, operação e manutenção da ligação entre os dois municípios.

O presidente da APS, Anderson Pomini, afirmou que uma área pertencente ao Porto, sob as linhas de transmissão de energia no bairro Vicente de Carvalho, seria ideal para a instalação do dique seco necessário à obra, mas ressaltou que a decisão final caberá à concessionária.