O fogo, que começou pela manhã, se espalhou rapidamente devido à estrutura de madeira das moradias, causando grande destruição
Gabriel Nubile Publicado em 01/08/2025, às 10h57
Uma pessoa morreu e cerca de 100 casas foram destruídas em um grande incêndio que atingiu a comunidade Caminho São Sebastião, em Santos, na manhã desta sexta-feira (1). O fogo se alastrou rapidamente pelo local, que é a maior favela de palafitas do Brasil, parte do complexo Dique da Vila Gilda.
O incêndio iniciou por volta das 7h32, no bairro Radio Clube, próximo à margem do Rio Casqueiro. A estrutura das moradias, feita de madeira, fez com que as chamas se espalhassem de forma muito rápida. Por isso, uma grande nuvem de fumaça podia ser vista de longe, e o número de casas afetadas pode ser ainda maior. A identidade da vítima, uma mulher encontrada carbonizada, ainda não foi informada oficialmente.
Para esclarecer dúvidas sobre o ocorrido entramos em contato com o Capitão da PM e subcomandante do 6º Grupamento de Bombeiros, Thiago Duarte, que em entrevista exclusiva à rádio CBN Santos, explanou sobre a tragédia:
"O incêndio já está controlado já faz cerca de uma hora. O corpo de bombeiros está com profissionais fazendo o serviço de rescaldo, e no momento, está preservando o corpo de uma cidadã, moradora do local, que infelizmente foi atingida pelas chamas e teve seu corpo carbonizado. Em relação à causa, ela realmente devera ser investigada, pelos órgãos competentes, como a polícia técnico cientifica. Logo que chegamos no local, nos deparamos com as chamas e coube a nós fazermos o serviço de confinar as chamas, isolar e extinguir o fogo. Aquela fase do incêndio grande, ela foi controlada, confinada, extinta, agora nos reviramos algumas partes mais profundas procurando algum outro foco que possa dar reignição, porem o incêndio em si está controlado".
Ação dos bombeiros e apoio aos desabrigados
O Corpo de Bombeiros foi chamado via 193 e mobilizou 15 viaturas para combater o incêndio. Um total de 46 bombeiros, incluindo militares da administração, atuaram na ocorrência. As equipes, ao chegarem, começaram imediatamente a lutar contra as chamas e a tentar salvar as moradias vizinhas. Órgãos de apoio, como a Defesa Civil, o Policiamento de Área e a CPFL, também foram acionados. No local, a perícia foi chamada após a descoberta da vítima. O incêndio foi controlado e o trabalho de rescaldo foi feito, finalizando a ocorrência.
Equipes da Defesa Civil do Estado de São Paulo e 30 agentes também estão no local para ajudar. A Defesa Civil Estadual informou que irá à Santos oferecer ajuda humanitária. Kits de higiene, dormitório, limpeza e cestas básicas serão distribuídos para auxiliar as 100 famílias que perderam tudo.
Em meio ao caos, muitos moradores corriam para tentar salvar o que podiam, pegando documentos, móveis e eletrodomésticos, como fogões e geladeiras, das casas que estavam sendo consumidas pelas chamas. A cena de desespero mostra a urgência da situação.
Riscos de viver em palafitas
As palafitas são moradias construídas sobre estacas de madeira, apoiadas na água. A maioria das casas do Dique da Vila Gilda é feita do mesmo material, o que cria uma série de riscos para quem mora lá. Além dos incêndios, que são frequentes e se espalham com facilidade, as inundações causadas pela maré alta também são um perigo constante, danificando as moradias e dificultando a circulação dos moradores.
O Dique da Vila Gilda fica às margens do Rio dos Bugres, na Zona Noroeste de Santos. Dados de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística mostram que cerca de 3,5 mil famílias vivem na região.
Um projeto de futuro para a comunidade
Existe um projeto chamado Parque Palafitas, que busca melhorar as condições de moradia. A ideia é construir 60 novas unidades para os moradores, substituindo as casas mais frágeis e permitindo a recuperação do mangue. O plano inclui a construção de apartamentos e casas, além de prédios comerciais e um espaço para a associação de moradores.
A prefeitura informou que as novas habitações terão iluminação pública, saneamento básico e painéis de madeira laminada, para manter a identidade do local de forma mais segura. Os prédios comerciais e institucionais contarão com energia solar.
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