Vacina

Vacina brasileira contra Mpox está prestes a iniciar testes em humanos

A vacina usa vírus atenuado e não replicativo

Vacina brasileira contra Mpox está prestes a iniciar testes em humanos - Imagem: Reprodução/Paulo Pinto/ Agência Brasil
Vacina brasileira contra Mpox está prestes a iniciar testes em humanos - Imagem: Reprodução/Paulo Pinto/ Agência Brasil

Maria Clara Campanini Publicado em 22/08/2024, às 14h58


A vacina desenvolvida contra o vírus Mpox pelo Centro de Tecnologia de Vacinas (CTVacinas) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) está perto de iniciar a última etapa, os testes em humanos “A equipe está produzindo o chamado Dossiê de Desenvolvimento Clínico de Medicamento (DDCM) para enviar à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e, assim, receber o sinal verde para começar os testes em humanos”, disse.

A vacina brasileira ganhou mais projeção após que o Mpox foi declarado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) uma emergência em saúde pública de importância mundial, em razão da possível disseminação global e o potencial de nova pandemia. A vacina já vem sendo desenvolvida desde a primeira emergência global.

Segundo a UFMG, a dose usa de vírus atenuado e não replicativo, que deixa o imunizante seguro, inclusive para imunossuprimidos e gestantes. Os testes iniciais mostram bons resultados “indução de neutralizantes, resposta celular e resposta robusta contra a doença”.

A chefe da Plataforma de Vetores Virais e Expressão de Célula Eucariota, Karina Lourenço, disse nas redes sociais do CTVacinas que fase de pesquisa mostrou ser “protetora e esterilizante”.

De acordo com ela, o Brasil é capaz de produzir a vacina em grande escala “Estamos prontos, em pouquíssimo tempo, para poder submeter essa vacina à Anvisa. E, quem sabe aí, o ensaio clínico” disse.

Prioridade

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) disse nesta semana que a pesquisa do vírus é uma das prioridades da Rede de Vírus – comitê de especialistas em virologia criado para desenvolvimento de diagnóstico, tratamento, vacinas e produção.

O ministério destacou que em 2022, O Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos deu para a UFMG material conhecido como semente do vírus, um ponto de partida para o desenvolvimento do insumo farmacêutico ativo (IFA).

“No momento, a pesquisa está na fase de estudo para o aumento da produção, verificando a obtenção de matéria-prima para atender a demanda em grande escala”, disse o ministério.

Outras vacinas

Segundo a OMS, existem duas vacinasdisponíveis contra a Mpox. Uma delas, a Jynneos, feito pela farmacêutica dinamarquesa Bavarian Nordic, que também é composta pelo vírus atenuado, e é recomendado para adultos, incluindo gestantes, lactantes e pessoas com HIV.

O outro é o ACAM 2000, feita pela farmacêutica norte-americana Emergent BioSolution, mas tem diversas contra indicações, além de efeitos colaterais, já que tem o vírus ativo. Sendo assim considerada menos segura pelo MCTI.

O Ministério da Saúde anunciou que está negociando a compra de 25 mil doses de Jynneos junto à Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). Desde 2023, a Anvisa aprovou o uso provisório do imunizante, o Brasil já recebeu 47 mil doses do imunizante e aplicou 29 mil.