Após audiência, a juíza considerou a responsabilidade da jovem com sua filha e a ausência de crimes violentos como motivos para sua soltura

Gabriella Souza Publicado em 16/10/2025, às 13h06
Uma jovem de 22 anos, mãe de uma menina de 4 anos, chegou a ser detida pela Polícia Civil em Guarujá, no litoral de São Paulo, durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão. A prisão ocorreu na última segunda-feira (13) em um imóvel onde foram encontrados entorpecentes e armamentos. No entanto, menos de 24 horas depois, na terça-feira (14), a mulher foi colocada em liberdade provisória após uma audiência com o juiz.
A defesa da jovem afirma que ela não tinha qualquer ligação com o material encontrado e que estava no local apenas para fazer uma tatuagem com o morador, que era o alvo principal da operação. O advogado da moça garante que ela vive em outra casa, trabalha e é mãe solo, o que foi considerado pela Justiça na decisão de soltura.
Ligação com o PCC
O boletim de ocorrência da polícia detalha que a equipe policial seguiu até um endereço para cumprir uma ordem judicial contra o proprietário da casa. Esse homem está sob investigação por um possível envolvimento com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital.
Porém, quando os agentes chegaram, somente a jovem e sua filha estavam no local, que acompanhou toda a revista no imóvel. A polícia suspeita que ela fosse a parceira do investigado, mas a moça nega. Os investigadores desconfiam que o alvo do mandado de busca tenha fugido pouco antes da chegada, possivelmente após ser avisado sobre a operação.
O que foi Apreendido
Durante a vistoria na residência, os policiais encontraram diversos itens que indicam a prática de crimes, como armas e drogas. Foram achadas várias armas expostas, sendo a maioria réplicas muito parecidas com pistolas e fuzis. Porém, munições de fuzil de verdade e uma pistola de calibre 38 também estavam no local. Além disso, foram localizadas drogas, utensílios e anotações que remetem à venda de entorpecentes.
Os agentes ainda descobriram cartas que mencionavam o "batismo" de novos membros do PCC, o que fortalece a tese da ligação do proprietário da casa com o grupo criminoso. Dois celulares estavam escondidos debaixo de um colchão.
Apesar de a jovem não ter nenhuma ocorrência anterior, a corporação informou que ela tem dois irmãos com histórico de envolvimento com tráfico de drogas. A mulher foi levada para a delegacia sob a acusação de guardar drogas para venda e também de armazenar as armas e munições junto com o seu parceiro.
Juíza Concede Liberdade Provisória
Após ser detida, a moça passou a noite na cadeia de São Vicente, mas foi solta na manhã seguinte. A juíza Carla Milhomens Lopes de Figueiredo Gonçalves de Bonis não viu motivos que justificassem mantê-la presa preventivamente, já que os delitos a ela atribuídos não envolviam atos de agressão ou ameaça contra pessoas.
A juíza também considerou que a jovem é a responsável pelos cuidados da filha pequena. Por conta disso, ela determinou algumas regras, como a obrigação de a mulher comparecer a cada dois meses no Fórum para prestar contas de suas atividades e a proibição de sair da cidade ou mudar de endereço sem antes pedir autorização judicial.
O advogado Renan Lourenço, que representa a jovem, reforça que sua cliente não tem qualquer conexão pessoal ou criminal com o alvo da polícia. Ele disse que o contato era superficial e limitado ao encontro para a tatuagem. A defesa apresentou documentos que provam a moradia e as atividades legais da cliente. O objetivo agora é provar a sua inocência no curso do processo, alegando que a prisão foi baseada em uma suposição errada.
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