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Tecnologia inédita e 9 mil empregos: a história da ligação Santos-Guarujá

Obra contará com ciclovia, passagem para pedestres e espaço para o futuro VLT, além de sistemas de monitoramento

Com investimento de R$ 6,8 bilhões, o projeto promete facilitar o trânsito entre as cidades e impulsionar a economia local - Imagem: Reprodução

Gabriel Nubile Publicado em 05/09/2025, às 09h42

O sonho da ligação entre Santos e Guarujá, que já dura quase um século, começa a se tornar realidade. Nesta sexta-feira (5), acontece o leilão na Bolsa de Valores, a B3, que vai escolher a empresa responsável por construir e operar o projeto por 30 anos. A aguardada obra promete acabar com a longa espera para atravessar o canal e vai usar uma tecnologia nunca vista no Brasil.

O investimento total estimado é de R$ 6,8 bilhões. A maioria, R$ 5,14 bilhões, será dividida entre os cofres do governo de São Paulo e do governo federal para a construção. O restante, R$ 1,78 bilhão, será bancado pela empresa vencedora para cuidar da operação e manutenção do túnel. Com a conclusão prevista para 2030, a obra é vista como um passo essencial para a mobilidade da população e para o crescimento do Porto de Santos.

Tecnologia inédita do túnel imerso

A solução escolhida para o túnel, que terá 1,5 km de extensão, é uma tecnologia chamada de "imersa", já usada em grandes projetos na Europa e na Ásia. Em vez de ser escavado, o túnel será feito com grandes blocos de concreto pré-moldados em terra firme. Esses módulos são levados para o local e afundados no leito do canal, encaixados com precisão e protegidos para garantir a segurança da estrutura.

Além de ser uma novidade, o túnel vai facilitar muito a vida de quem precisa se locomover entre as duas cidades. O trajeto, que hoje pode levar de 20 minutos a duas horas, vai ser feito em apenas um ou dois minutos. O projeto também promete gerar cerca de 9 mil empregos, o que deve dar um grande impulso à economia da região.

Apesar de sua importância, a ligação entre as duas cidades foi uma ideia que passou décadas no papel. Desde 1927, projetos de túnel e de ponte foram propostos, mas nunca saíram do campo das ideias. O motivo? Mudanças de governo e crises econômicas que sempre acabavam com o plano. Apenas em 2014, com novos estudos, a definição pelo modelo de túnel imerso foi feita. E, mesmo com as trocas de governo, o projeto seguiu alinhado com o interesse das esferas estadual e federal, que finalmente vão dividir os custos.

O projeto recebeu a primeira etapa de sua autorização ambiental, a Licença Prévia, da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), que garante que a obra é viável do ponto de vista ambiental. A empresa que vencer o leilão receberá o pagamento por meio de pedágio, dinheiro dos governos e outras fontes de renda, como previsto no contrato.

O que o túnel vai abrigar?

A estrutura interna do túnel será moderna e completa, preparada para o futuro. Além das seis faixas de tráfego, a obra vai contar com:

O túnel também terá sistemas de monitoramento em tempo real e tecnologias inteligentes para controlar o tráfego e garantir a segurança de todos que passarem por lá.

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