Caso Igor Peretto

Esposa de Igor Peretto ficou em chamada com ele no momento da morte

Investigação mostra premeditação entre esposa, cunhado e irmã

Esposa de Igor Peretto ficou em chamada com ele no momento da morte - Imagem: Reprodução/ Polícia Civil/ Redes Sociais
Esposa de Igor Peretto ficou em chamada com ele no momento da morte - Imagem: Reprodução/ Polícia Civil/ Redes Sociais

Maria Clara Campanini Publicado em 17/11/2024, às 12h38


A Polícia Civil de São Paulo revelou novas informações sobre o caso do assassinato de Igor Peretto, ocorrido em Praia Grande, litoral de São Paulo. Entre as descobertas, destaca-se a ligação feita por Rafaela Costa, esposa da vítima, com o celular de Igor logo após o crime. A duração da chamada foi de cinco minutos e 12 segundos, período em que o comerciante já estaria sem vida ou em agonia.

Rafaela, juntamente com Marcelly Peretto (irmã de Igor) e Mario Vitorino (cunhado e sócio), estão sob custódia, acusados pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) de planejar a morte de Igor devido a um suposto "triângulo amoroso" que tornava o comerciante um obstáculo.

A investigação também trouxe à tona dados apagados por Rafaela de seu celular, incluindo chamadas para Mario. Segundo a polícia, esses registros reforçam o vínculo entre os envolvidos e levantam dúvidas sobre os depoimentos prestados pela viúva.

As imagens das câmeras do edifício de Marcelly mostram Rafaela constantemente no celular antes do crime, sugerindo uma tentativa de ocultar evidências. Além disso, a polícia aponta que Rafaela auxiliou na fuga de Mario após o homicídio, tendo ciência de um mandado de prisão contra ele.

Em defesa, o advogado Marcelo Cruz pretende recuperar as mensagens deletadas para provar a inocência de Rafaela quanto à premeditação do crime. Ele enfatiza a necessidade de uma análise abrangente das provas para evitar interpretações equivocadas.

Relatos obtidos pela polícia descrevem as últimas palavras emocionais de Igor, expressando amor por Rafaela e desilusão com os familiares. O MP-SP classificou o caso como "chocante", citando a frieza dos acusados em não tentar socorrer Igor e realizar buscas sobre como ocultar o corpo.

A denúncia sugere que além dos interesses emocionais, havia motivações financeiras: Mario poderia assumir os negócios do cunhado enquanto Rafaela se beneficiaria da herança. Marcelly, envolvida com ambos, também teria vantagens.

As circunstâncias do assassinato foram reconstituídas pela polícia utilizando ilustrações estilo histórias em quadrinhos para facilitar a compreensão dos eventos e contradições nas versões apresentadas por Mario e Marcelly.

O trio foi inicialmente preso temporariamente em setembro e suas detenções foram convertidas para preventivas após uma denúncia formal das promotoras do MP-SP. Apesar das tentativas da defesa em obter habeas corpus para Rafaela, o pedido foi negado pelo STJ.

O cronograma detalhado dos eventos antes e depois do crime reflete uma sequência meticulosa que culmina na fuga dos acusados. As últimas imagens registradas mostram Rafaela e Marcelly chegando ao local do crime e saindo pouco antes da chegada fatal de Igor com Mario.

Este caso continua gerando grande repercussão social e midiática devido à complexidade emocional e legal envolvida, destacando temas como traição, interesses financeiros e intrincadas relações pessoais dentro de um núcleo familiar.