INVESTIGAÇÃO

Jornalista é acusada de furto em farmácia e relata injúria racial em Santos

Caso aconteceu na Avenida Senador Pinheiro Machado, no bairro Pompéia, da cidade

Jornalista relata ter sido injustamente acusada de furto em uma farmácia - Imagem: Reprodução/Arquivo Pessoal/ g1
Jornalista relata ter sido injustamente acusada de furto em uma farmácia - Imagem: Reprodução/Arquivo Pessoal/ g1

Alanis Ribeiro Publicado em 23/10/2024, às 08h33


Uma jornalista, de 47 anos, que preferiu não ser identificada, relatou ter sido alvo de injúria racial após ser injustamente acusada de furto em uma farmácia na última segunda-feira (21), na Avenida Senador Pinheiro Machado, no bairro Pompéia, em Santos.

Ela explicou que visitou a unidade da Drogasil enquanto realizava uma campanha de marketing relacionada ao produto. Sem sucesso na busca por um desodorante nas proximidades, foi abordada por um segurança e um supervisor ao retornar para casa. "Um dos funcionários se aproximou de forma truculenta, causando intimidação", recorda a vítima ao g1. Ela acionou a Polícia Militar e registrou um boletim de ocorrência.

Em comunicado oficial, a RD Saúde, responsável pela Drogasil, informou que está investigando internamente o ocorrido e reiterou seu compromisso com práticas livres de discriminação. A empresa garantiu colaboração com as autoridades para esclarecer os fatos.

Durante a abordagem, a jornalista afirmou ter sido injustamente acusada de esconder um desodorante na bolsa. Apesar das tentativas do supervisor de apaziguar a situação, o segurança persistiu na acusação e sugeriu retornar à farmácia para verificar as imagens das câmeras de segurança. No local, o supervisor isolou o segurança em uma área restrita enquanto dialogava com a cliente.

O caso chamou atenção para as questões raciais envolvidas na abordagem. A jornalista destacou ter notado que outros clientes na loja não receberam o mesmo tratamento. "Como mulher negra que já vivenciou situações semelhantes, reconheço o critério usado contra mim", declarou ao g1.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que policiais militares responderam à chamada inicial como uma desinteligência. Após averiguação no local, constataram a acusação infundada feita à cliente e orientaram as partes a registrarem o ocorrido junto à Polícia Civil. O funcionário admitiu o equívoco e pediu desculpas à vítima.