Médico recusa atendimento para criança e insulta mulher em pronto-socorro: "arrombada"

Profissional de saúde se recusa a atender criança, mostra dedo do meio e xinga mulher no Pronto-Socorro de Vicente de Carvalho, em Guarujá (SP)

Médico em Guarujá recusa atendimento para criança. - Imagem: Reprodução | G1
Médico em Guarujá recusa atendimento para criança. - Imagem: Reprodução | G1

Marina Milani Publicado em 17/06/2024, às 09h00


Um incidente envolvendo um médico do Pronto-Socorro de Vicente de Carvalho, em Guarujá (SP), causou indignação após o profissional ser filmado mostrando o dedo do meio e xingando uma mulher. A confusão começou quando ele se recusou a atender o afilhado dela, de quatro anos, alegando que a criança, que estava acompanhada pela madrinha e pela avó, não necessitava de atendimento emergencial.

Segundo Tuane Guilherme dos Santos, mãe do menino, a criança foi levada ao pronto-socorro após vomitar e reclamar de fortes dores na barriga. No local, ele recebeu uma pulseira verde, indicando que seu caso não era emergencial. No entanto, com a piora do quadro, os pacientes que estavam na frente da fila permitiram que a criança fosse atendida primeiro, o que irritou o médico de plantão.

"Ele falou que elas estavam passando na frente de todo mundo e que não tinha necessidade, pois ele [o menino] estava bem", relatou Tuane. "Elas falaram que não dava para esperar, e que todo mundo lá fora havia concordado. [...] Ele disse que não era certo e se recusou a atender."

A situação se agravou quando o médico começou a discutir com a madrinha do menino. No vídeo gravado pela família, ele aparece recusando atendimento e ofendendo as mulheres. "Some da minha frente, sua idiota", gritou o profissional, mostrando o dedo do meio e chamando a madrinha de "arrombada". Em resposta, a mulher afirmou que ele era um "descaso para a humanidade".

Em meio à confusão, Tuane solicitou ajuda a uma policial militar que estava no local. A agente interveio e conseguiu que o médico atendesse a criança, diagnosticando uma possível crise de apendicite e solicitando exames de sangue e urina. No entanto, mais tarde naquele mesmo dia, outro médico diagnosticou o menino com uma infecção sanguínea, e ele foi medicado em casa.

A mãe do menino expressou sua revolta com a situação. "A sensação é de revolta e raiva. Pagamos tantos impostos para simplesmente fazerem isso", desabafou Tuane.

Em nota, a Secretaria de Saúde (Sesau) de Guarujá informou que a criança recebeu "todo o atendimento necessário" e que a conduta do médico está sendo apurada. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) registrou o caso como injúria no 2º Distrito Policial de Guarujá. As mulheres envolvidas prestaram depoimento e foram informadas sobre o prazo para a representação criminal contra o autor.