Polícia

Provas no celular levam à condenação de chefe do PCC nos morros de Santos

Michaell Douglas, conhecido como 'MD', foi sentenciado a 15 anos e 7 meses por chefiar o tráfico de drogas na região

Condenação de 'MD' expõe a influência familiar no crime, com seu filho adolescente envolvido em atividades ilícitas - Foto: Divulgação/ Polícia Civil
Condenação de 'MD' expõe a influência familiar no crime, com seu filho adolescente envolvido em atividades ilícitas - Foto: Divulgação/ Polícia Civil

Gabriel Nubile Publicado em 10/10/2025, às 11h03


Conversas de celular entre pai e filho sobre a venda de drogas, o controle de esconderijos e até o monitoramento da polícia foram as provas centrais para a condenação de Michaell Douglas Ferreira Silva, conhecido como "MD". Acusado de chefiar o tráfico para a facção criminosa PCC nos morros de Santos, ele recebeu uma pena de 15 anos e 7 meses de prisão.

A sentença, definida pela juíza Silvana Amneris Rôlo Pereira Borges, da 1ª Vara Criminal de Santos, é por tráfico de drogas e associação para o tráfico, e deverá ser cumprida inicialmente em regime fechado. Além das conversas comprometedoras, os celulares apreendidos com "MD" durante sua prisão, em março, continham fotos de seu filho adolescente posando com armas de grosso calibre, como um fuzil.

A investigação da Polícia Civil apontou que "MD" não apenas comandava o comércio de drogas nos morros São Bento e do Pacheco, mas também inseriu o próprio filho menor de idade nas atividades do crime organizado, o que agravou sua situação perante a Justiça.

Prisão e a alegação da defesa

Michaell Douglas foi preso em 18 de março deste ano, durante uma operação da 2ª Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise) para cumprir mandados de busca e apreensão nos morros da cidade. Desde então, ele aguardava o julgamento detido.

Os advogados de defesa, Caio Cisterna de Araujo e Felipe Fontes, afirmaram em nota que foram "surpreendidos" com a decisão e que irão recorrer. Segundo eles, durante o processo foram apresentadas diversas provas que seriam capazes de comprovar a inocência de seu cliente.

A defesa alega que a juíza baseou a condenação apenas nos depoimentos dos policiais que participaram da prisão, desconsiderando as outras provas. "Já estamos elaborando recurso de apelação, e temos certeza que os desembargadores irão prover nossa pretensão recursal", disseram os advogados, confiantes na reversão da pena em uma instância superior.

Enquanto o recurso não é julgado, "MD" permanece preso. O caso expõe a complexa rede do tráfico de drogas na região e o envolvimento de jovens no mundo do crime, muitas vezes por influência da própria família.