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Polícia prende provável 'tesoureira' do PCC que comandava as finanças do tráfico em Santos

Delegado destaca que provas encontradas no celular de traficante ligam Tatiana à organização criminosa e seu papel de liderança financeira

Tatiana era responsável por cobrar repasses e administrar lucros do tráfico, recebendo 10% do faturamento diário das vendas de drogas - Imagem: Divulgação/ Polícia Civil

Redação Publicado em 17/10/2025, às 08h43

As pistas encontradas no celular de um traficante, preso no início do mês, foram o fio da meada que levou a Polícia Civil a prender uma mulher apontada como a "tesoureira" da facção criminosa PCC em Santos. Tatiana São José Madureira, segundo as investigações, era a responsável por comandar e controlar todo o dinheiro do tráfico de drogas na região.

A prisão aconteceu na última terça-feira (14), quando policiais do 3º Distrito Policial de Santos foram até um imóvel no bairro Embaré para cumprir mandados de busca e de prisão temporária contra a mulher. A operação foi o desfecho de uma investigação que apontou o apartamento como o centro de gerenciamento financeiro do crime e também como um ponto de distribuição de entorpecentes.

De acordo com o delegado seccional de Santos, Rubens Barazal, a análise do celular do homem preso anteriormente revelou uma "diversidade de provas" que ligavam Tatiana diretamente à organização criminosa, mostrando seu papel de liderança na parte financeira do esquema.

A 'contadora' do crime

As investigações mostraram que a quadrilha tinha uma estrutura organizada para a venda de drogas na Baixada Santista, e Tatiana era uma peça-chave. O conteúdo encontrado nos celulares revelou que era ela quem cobrava os repasses de dinheiro dos pontos de venda, administrava os lucros e supervisionava todas as transações. A polícia apurou que ela recebia cerca de 10% de todo o faturamento diário com a venda de drogas.

Além de cuidar do dinheiro, a mulher também teria a importante função de ser a ponte de comunicação entre os membros da facção que estavam em liberdade e um integrante do alto escalão que está preso. No apartamento dela, os agentes apreenderam seu celular, que será periciado, e uma pequena porção de maconha.

A defesa de Tatiana, representada pelo advogado Eduardo Jorge, argumenta que a cliente é inocente. Ele ressaltou que ela não foi presa em flagrante com drogas, mas sim por uma prisão temporária para investigação. "Ela não pertence a nenhuma organização criminosa, é mãe de quatro filhos, trabalha em uma empresa e tem residência fixa. Não tem qualquer vínculo com o crime", garantiu o advogado. A prisão de Tatiana fez parte de uma megaoperação da polícia em 24 cidades da Baixada Santista e do Vale do Ribeira, que resultou na prisão de 101 pessoas.

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