Meio Ambiente

Inmet declara 2024 como o ano mais quente no Brasil desde 1961

Entenda as causas e o impacto do El Niño neste cenário

Entenda as causas e o impacto do El Niño neste cenário - Imagem: Reprodução / Fernando Frazão / Agência Brasil
Entenda as causas e o impacto do El Niño neste cenário - Imagem: Reprodução / Fernando Frazão / Agência Brasil

Gabriela Thier Publicado em 04/01/2025, às 12h06


O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), órgão sob a égide do Ministério da Agricultura e Pecuária, anunciou que 2024 será registrado como o ano mais quente na história meteorológica do Brasil, considerando dados desde 1961. A informação foi divulgada na última sexta-feira (3), revelando uma tendência alarmante de aumento nas temperaturas médias anuais ao longo das últimas décadas.

Os dados coletados indicam que a temperatura média anual atingiu a marca de 25,02°C em 2024, superando o recorde anterior. Essa elevação representa um aumento de 0,79°C em comparação à média histórica dos últimos vinte anos, que abrange o período de 1991 a 2020, durante o qual a temperatura média foi de 24,23°C.

Além disso, os registros de 2024 ultrapassam aqueles registrados em 2023, que até então detinha o título de ano mais quente, com uma média anual de 24,92°C — uma diferença de 0,69°C em relação à média histórica mencionada.

O Inmet observa que os desvios nas temperaturas médias anuais desde 1961, quando comparados à média entre 1991 e 2020, mostram uma tendência significativa de aumento. O instituto sugere que essa alteração climática pode estar ligada às mudanças globais na temperatura e a fatores ambientais locais.

Outro fator relevante destacado pelo Inmet é a influência do fenômeno climático conhecido como El Niño. Este fenômeno, que se manifestou com intensidade variando de forte a muito forte, impactou as temperaturas registradas em 2023 e nos primeiros meses de 2024.

El Niño é caracterizado pelo enfraquecimento dos ventos alísios — que sopram da região leste para oeste — e pelo aquecimento anômalo das águas superficiais no lado oriental da zona equatorial do Oceano Pacífico. Tais alterações na interação entre a superfície oceânica e a atmosfera ocorrem em ciclos que podem variar entre três e sete anos.

A intensidade do El Niño também apresenta variações, mas suas ocorrências têm consequências significativas sobre o clima em várias partes do mundo. Isso se deve à nova dinâmica das massas de ar no Oceano Pacífico, que afeta padrões de transporte de umidade e influencia tanto as temperaturas quanto a distribuição das chuvas.