Polícia

Após manter mulher em cárcere e tentar enganar a PM, homem é solto por audiência de custódia

Após ser resgatada, mulher denuncia agressões e sequestro por parte do companheiro em Praia Grande

Homem tentou intimidar policiais com arma e falsa identidade durante abordagem - Imagem: Reprodução
Homem tentou intimidar policiais com arma e falsa identidade durante abordagem - Imagem: Reprodução

Gabriella Souza Publicado em 05/11/2025, às 11h07


Um homem de 47 anos detido em Praia Grande por prender a companheira, de 45, e ameaçar policiais militares, foi colocado em liberdade provisória depois de passar por uma audiência de custódia. O caso, que aconteceu na tarde de domingo (2), na Vila Tupi, ganhou um agravante quando o homem tentou se passar por policial civil durante a abordagem. O casal havia se mudado para a cidade havia pouco tempo. A prisão aconteceu após a mulher conseguir pedir socorro discretamente.

A vítima relatou que o desentendimento começou por questões financeiras. Ela explicou que tinha um valor significativo, referente a um imóvel, em sua conta, mas não podia fazer a transferência na hora. Essa situação, segundo o relato da mulher, deu início a agressões verbais e físicas. O agressor, então, a impediu de sair do apartamento.

Presa dentro de casa, a mulher conseguiu mandar uma mensagem pedindo ajuda a uma amiga. A Polícia Militar foi avisada e rapidamente chegou ao local, na Rua Caetés, conseguindo resgatar a vítima.

Confronto com a Polícia e Falsa Identidade

Após o resgate, os agentes acompanharam a mulher até o apartamento para que ela pudesse pegar seus pertences. No entanto, o suspeito barrou a entrada dos policiais, alegando que estava armado e que se ele fosse confrontado, a situação se transformaria em um tiroteio. Ele ainda tentou intimidar os agentes dizendo que era policial civil.

O homem estava com uma arma na cintura e fez as ameaças por cerca de 30 minutos, enquanto os policiais tentavam negociar. Ele só se entregou após a longa conversa, momento em que a polícia recolheu o armamento, que estava com a numeração raspada. A polícia confirmou que ele não faz parte de nenhuma corporação. O homem foi levado para a UPA Samambaia e, em seguida, para a delegacia, onde foi registrada a ocorrência por crimes como violência doméstica, sequestro, ameaça e falsidade ideológica.

Justiça Libera Suspeito com Condições

Apesar do delegado ter solicitado que o homem ficasse preso preventivamente, a Justiça de São Paulo decidiu pela liberdade provisória, mas impôs sete condições que ele deve cumprir para permanecer em casa. Estas são as medidas cautelares.

Uma das condições de liberdade é o afastamento total da vítima: ele está proibido de se aproximar da mulher, dos seus familiares e de testemunhas, devendo manter uma distância mínima de 300 metros, além de não poder fazer contato por qualquer meio. Ele também tem restrições de local, sendo obrigado a deixar a casa onde o casal morava e a não frequentar os mesmos lugares que a vítima.

Além dessas regras, o homem terá que fazer uma prestação de contas, comparecendo à Justiça a cada dois meses para informar e justificar suas atividades. Ele também foi proibido de viajar para fora da comarca ou mudar de endereço sem antes pedir autorização judicial. Outro ponto é o dever legal de estar presente em todos os atos do processo judicial.

Para complementar as medidas, o Tribunal de Justiça de São Paulo também o recomendou a participar do programa “Homem Sim, Consciente Também”, promovido pela Delegacia de Defesa da Mulher de Santos, que busca a reflexão e conscientização sobre a violência contra a mulher. O processo seguirá na Justiça enquanto o homem cumpre as medidas estabelecidas.