Polícia

Investigação em Praia Grande aprofunda caso de homicídio e revela outra acusação contra suspeito

José Roberto Melo dos Santos, conhecido como Betinho, é procurado pela polícia após homicídio e tentativa de homicídio em briga de trânsito

Imagens de câmeras de segurança ajudaram a identificar Betinho como o autor dos disparos que culminaram em um homicídio em Praia Grande - Foto: Divulgação/ Reprodução
Imagens de câmeras de segurança ajudaram a identificar Betinho como o autor dos disparos que culminaram em um homicídio em Praia Grande - Foto: Divulgação/ Reprodução

Redação Publicado em 30/07/2025, às 10h44


A polícia de Praia Grande está em busca de José Roberto Melo dos Santos, conhecido como Betinho, de 39 anos, suspeito de cometer um homicídio e ferir outra pessoa em uma briga de trânsito. A situação é mais complexa porque Betinho já era réu em um caso de tentativa de assassinato ocorrido na mesma cidade em março deste ano.

Investigação do assassinato recente em briga de trânsito

A Polícia Civil conseguiu identificar Betinho como o autor dos disparos que mataram Matheus Jesus e Silva, de 19 anos, e feriram o pai dele. Essa identificação foi possível graças a imagens de câmeras de segurança, que registraram o veículo do suspeito pouco antes dos tiros. As informações foram cruzadas com depoimentos de testemunhas e denúncias anônimas.

O crime aconteceu na madrugada de 21 de julho, no bairro Esmeralda, em Praia Grande. Pai e filho esperavam a abertura do portão da garagem de casa, com o carro parado na contramão. Betinho, que vinha em outro veículo pela contramão, se irritou com a posição do carro deles.

Segundo o boletim de ocorrência, Betinho teria xingado a mãe de Matheus. O pai do jovem reagiu com um tapa no rosto do suspeito. Em seguida, o pai de Matheus entrou em casa, pegou um pedaço de madeira e avançou contra o agressor, sendo baleado no braço direito. Matheus também foi atingido pelos disparos.

Após atirar, o criminoso fugiu. A Polícia Militar foi chamada, mas quando chegou ao local, pai e filho já haviam sido levados para a UPA Samambaia. Matheus chegou ao hospital em estado grave e, infelizmente, não resistiu aos ferimentos.

A Justiça de Praia Grande decretou a prisão temporária de Betinho por 30 dias, mas ele ainda não foi localizado. O delegado Luiz Ricardo Lara, da Delegacia de Investigações Gerais de Praia Grande, pediu a colaboração da população para encontrar o suspeito, incentivando denúncias pelo telefone 181 ou pelo Webdenúncia. O caso foi registrado como homicídio e tentativa de homicídio e segue sob investigação da DIG.

O histórico: tentativa de homicídio anterior

No caso ocorrido em março de 2024, Betinho atirou nas costas e no rosto de um homem durante uma briga em frente a um bar, também em Praia Grande. Naquela ocasião, ele não foi preso em flagrante. Mais tarde, compareceu à delegacia com seu advogado e deu sua versão, alegando ter agido em legítima defesa. Por isso, não foi detido.

O Ministério Público de São Paulo o denunciou por tentativa de homicídio qualificado por motivo fútil. A acusação foi aceita pela Justiça em maio deste ano, tornando Betinho réu no processo.

À Polícia Civil, Betinho contou que a vítima chegou "alterada" ao estabelecimento, no bairro Parque das Américas, dizendo que "pegava todas as mulheres do bairro", o que teria o irritado. Depois, ele alegou que o homem o chamou de nordestino e fez ofensas graves à mãe dele. Ambos disseram não se conhecer antes do confronto.

Essa briga teria sido o estopim para os disparos. Em seguida, Betinho fugiu em um carro vermelho e afirmou ter escondido a pistola .380 em uma área de mata no bairro Ribeirópolis, mas disse que não conseguiu encontrá-la depois que chuvas fortes alagaram o local. Ele alegou que o primeiro disparo foi acidental, acontecendo quando a vítima teria segurado a arma.

A vítima da tentativa de homicídio levou um tiro nas costas, que atravessou a região dorsal e saiu no tórax, além de um disparo no rosto. Ele foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levado ao Hospital Irmã Dulce, onde passou por drenagem torácica e tomografia. Apesar de seu estado de saúde e de parecer estar bêbado, policiais militares conseguiram ouvi-lo, e ele relatou que a discussão teria começado devido a uma mulher.