Investigação inicial tratou a morte de Camila como suicídio, mas evidências apontaram para feminicídio
Gabriella Souza Publicado em 30/10/2025, às 11h28
O julgamento de Emílio Carlos Alves Ramos, que é acusado de matar a companheira, Camila Indame Ramos, e tentar simular que ela havia tirado a própria vida em abril de 2022, teve uma nova data. O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) informou nesta quarta-feira (29) que o júri popular, que já havia sido remarcado, agora ocorrerá apenas no dia 11 de março de 2026, com início às 9h.
O motivo do mais recente adiamento é, novamente, a saúde de uma pessoa que seria ouvida como testemunha no processo. Essa é a segunda vez que a sessão é transferida por causa da mesma situação.
O réu, foi detido pelas autoridades cerca de um ano depois do crime, em junho de 2023. O período na cadeia, contudo, não durou ininterruptamente. Em maio de 2024, a Justiça decidiu pela soltura dele, permitindo que respondesse em liberdade.
Essa situação mudou pouco tempo depois. Menos de sete dias após sair da prisão, o Ministério Público fez um pedido formal para que ele voltasse a ser detido, o que foi aceito pela Justiça.
Detalhes do caso
Camila Indame Ramos foi encontrada sem vida dentro do apartamento em que vivia com o companheiro, no bairro Vila Mathias, em Santos. No dia do ocorrido, o próprio Emílio acionou a polícia. Ele alegou ter achado o corpo da esposa e disse que ela estava passando por um momento de grande tristeza e depressão.
No começo, os investigadores trataram a morte como suicídio. Porém, após uma análise aprofundada da Polícia Civil, ficou claro que a situação era, na verdade, um crime muito mais grave: um caso de feminicídio seguido pela tentativa de esconder o crime e enganar a polícia.
O júri popular estava originalmente agendado para o dia 17 de setembro, mas foi transferido para 29 de outubro. O motivo foi o mesmo: a testemunha apresentou documentos médicos que comprovaram que não teria condições de comparecer. O Ministério Público concordou com a necessidade da mudança da data.
Agora, com o novo aviso do TJ-SP, o caso ganha um novo e longo adiamento, sendo transferido para o começo de 2026. A família de Camila e todos que acompanham o caso terão que esperar mais para ver o desfecho no tribunal.