O médico da clínica relatou o momento de terror e a tentativa da mãe de buscar ajuda antes do desfecho do crime
Gabriel Nubile Publicado em 09/05/2025, às 09h58
A tentativa desesperada de uma menina de 10 anos para salvar a mãe marcou um trágico crime em uma clínica médica de Santos. A criança ficou ferida ao se jogar na frente da mãe para protegê-la dos tiros disparados pelo próprio pai, um sargento da Polícia Militar.
O crime, que vitimou fatalmente Amanda Fernandes Carvalho, ocorreu nesta quarta-feira (07) em uma clínica na Avenida Pinheiro Machado, no bairro Marapé. O sargento Samir Carvalho efetuou diversos disparos contra a esposa, Amanda, e acabou também atingiu a filha. Em um ato brutal, após os tiros, o PM ainda atacou a mulher com uma faca, desferindo cerca de dez golpes.
Amanda não resistiu aos ferimentos e morreu no local. A filha do casal foi socorrida e levada para a Santa Casa de Santos, onde recebeu atendimento médico. O hospital informou que a criança foi atendida por uma equipe multidisciplinar.
A investigação revelou a tentativa da menina de proteger a mãe, pulando à frente no momento dos disparos. O médico proprietário da clínica relatou o momento de terror à Polícia Civil. Amanda e a filha o procuraram em seu consultório, buscando refúgio das ameaças do sargento.
Amanda havia dito ao médico que seu marido, armado e policial, queria matá-la devido à separação. O médico trancou a porta e tentou barricar a entrada, enquanto Amanda tentava acionar a polícia, informando que uma amiga já havia feito a ligação.
O médico relatou ter ouvido batidas na porta e, posteriormente, a voz da secretária anunciando a chegada da PM. Uma voz masculina se identificou como policial, pedindo para abrir a porta. Ao abrir parcialmente, o médico viu um policial uniformizado no corredor e, logo em seguida, ouviu uma sequência de mais de dez tiros.
Ele se abrigou sob a mesa e só saiu após o agressor ser contido. O médico socorreu a criança ferida e, em seguida, viu o corpo de Amanda com uma faca cravada no pescoço. Ele afirmou nunca ter visto as vítimas antes e não chegou a ver o atirador no momento dos disparos. Após o crime, o sargento foi preso.