Comunicação

Pessoas que falam e conversam bem são sedutoras e envolventes

Esses atributos oratórios podem ser conquistados por todos que desejam aprender

Essas pessoas cativam e encantam em todos os ambientes que frequentam - Imagem: Freepik
Essas pessoas cativam e encantam em todos os ambientes que frequentam - Imagem: Freepik
Reinaldo Polito

por Reinaldo Polito

Publicado em 14/06/2024, às 13h48


Você já deve ter visto uma pessoa boa de conversa. Assim que ela começa a falar, se forma um grupo ao seu redor. Todos ficam em silêncio. Querem ouvir suas histórias, rir de suas tiradas espirituosas, admirar sua forma desenvolta e articulada de se expressar.

Essas pessoas cativam e encantam em todos os ambientes que frequentam. Não há indivíduo que fique indiferente à presença de alguém que se apresente com essa habilidade de comunicação.

Bem-recebido e admirado

Quem sabe se comunicar bem abre com facilidade todas as portas por onde tenha intenção de passar. Resolve com mais tranquilidade os problemas que tenha de solucionar. É recebido com tapete vermelho nas rodas de que queira participar. Essa competência é, portanto, quase um sinônimo de felicidade.

A boa notícia é que esses atributos oratórios podem ser conquistados por todos que desejam aprender e aperfeiçoar sua maneira de se relacionar. A condição é que tenham vontade, disciplina, dedicação e persistência. Não é muito para as vantagens que advirão dessa prática.

E se você, como ocorre com a maioria, se julga incompetente para esse aprendizado, posso garantir que está enganado. Nessas últimas quatro décadas em que atuo como professor de oratória, nunca encontrei uma única pessoa que se dispusesse a aprimorar sua comunicação e não tenha tido êxito.

Ouvir

A primeira habilidade necessária para quem pretende aprender a conversar é saber ouvir. E saber ouvir não significa apenas ficar quieto. Se a pessoa se mantiver calada, sem reagir diante do interlocutor, em pouco tempo poderá ser vista como alguém desagradável, sem vida, sem graça.

É preciso ouvir de forma interativa. Só o fato de mostrar no semblante a atitude de surpresa, de curiosidade, de espanto diante do que estiver ouvindo poderá ser suficiente para indicar seu interesse pela conversa.

Assim como ajudam nessa interação pequenas manifestações de que esteja mesmo acompanhando a sequência do raciocínio: “não acredito que você teve coragem de ir até lá!”. “Bem, com certeza, essa foi uma experiência da qual jamais irá se esquecer”. “Nossa, e como você se saiu dessa?”. Intervenções como essas alimentam a boa conversa.

Contar histórias

A segunda habilidade importante para ser bom de conversa é saber contar histórias. Agora, há histórias e histórias. Algumas são boas, enquanto outras são enfadonhas e desagradáveis. Se, por um lado, as narrativas interessantes são motivo de aplausos e admiração, por outro, as cansativas podem até provocar rejeição.

Histórias boas, quase sempre, são curtas, leves, bem-humoradas, contextualizadas com o assunto em discussão, inéditas, bem-interpretadas e com finais surpreendentes, ou que deixem uma mensagem para reflexão ou ajudem na sequência dos temas discutidos.

Presença de espírito

A terceira habilidade do bom conversador são as tiradas bem-humoradas. Ainda que a pessoa não fale muito, mas se manifeste na hora certa, de forma apropriada, aproveitando um ponto da conversa como base para uma rápida e adequada tirada espirituosa, ela será vista como inteligente, bem-preparada, criativa.

Essa rapidez de raciocínio também pode ser desenvolvida. Dá para aprender com a própria experiência a partir das tentativas de acertos e erros, e também, pela observação daqueles que se comportam assim. No início talvez seja até um processo imitativo. Com o tempo, entretanto, essa competência vai se incorporando naturalmente no processo de comunicação.

Perguntar

Finalmente, a quarta e última qualidade para ser bom de conversa é saber fazer perguntas. Tudo vai depender da necessidade do momento. Para dar início a uma conversa ou mudar o rumo do assunto debatido, poderá recorrer às perguntas fechadas: “quem? - quando? - onde?”. As respostas a essas questões serão rápidas e objetivas.

Se a intenção for a de fazer com que o interlocutor fale por tempo prolongado, principalmente quando desejamos saber mais a respeito dele, funcionam melhor as perguntas abertas: “por quê? - como assim? - de que maneira?”. As respostas a essas questões não poderão ser de sim ou não. A pessoa precisará elaborar informações mais amplas para explicar.

Esse é o caminho para se transformar em uma pessoa boa de conversa, Saber ouvir de forma interativa. Contar histórias curtas, interessantes, inéditas e contextualizadas. Desenvolver a presença de espírito para lançar mão de tiradas espirituosas. Saber fazer perguntas apropriadas. Basta estudar, observar e treinar. 

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