Fatores como dependência química, desemprego e conflitos familiares são principais causas do aumento da população em situação de rua
Karina Faleiros Publicado em 27/02/2025, às 10h46
A população da Baixada Santista tem se queixado constantemente sobre o aumento da população em situação de rua na região. Dentre as reclamações, há relatos de pessoas dormindo na porta dos estabelecimentos e deixando sujeira no local, o que preocupa os comerciantes e funcionários que presenciam isso diariamente.
Segundo informações do Costa Norte, cinco das nove prefeituras da Baixada Santista, Santos, São Vicente, Guarujá, Praia Grande e Cubatão, registraram em méria 3,85 mil pessoas em situação de rua.
Não é fácil definir o número exato pois, por serem itinerantes, eles transitam entre vários lugares, incluindo cidades diferentes, e muitas vezes não estão com documentos pessoais. De acordo com as abordagens, é possível traçar um perfil deste público na região, cuja predominância é de homens jovens, com faixa etária entre 18 e 39 anos, e o número de mulheres, seguem a mesma faixa etária.
Segundo as administrações municipais consultadas, os principais fatores que levam essas pessoas às ruas são, em grande parte, a dependência de substâncias psicoativas e álcool, desemprego, perda de moradia, perda da autoestima e conflitos familiares.
São Vicente
De acordo com a prefeitura, por mês, a equipe de Abordagem Social realiza, em média, 1.000 atendimentos mensais. São disponibilizados serviços socioassistenciais, como o Centro Pop, unidades de Acolhimento Socioassistencial, o Consultório na Rua (na área da Saúde) e a Abordagem Social, que funciona 24 horas.
Guarujá
De acordo com a prefeitura, nos últimos meses, 551 pessoas em situação de rua foram abordadas ou receberam atendimento especializado. O município também oferece suporte, em parceria com o grupo Narcóticos Anônimos.
São promovidas palestras quinzenais no Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro POP). Quem aceitar o tratamento é encaminhado e acompanhado por técnicos especializados nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS AD) e em outras redes de apoio.
Praia Grande
De acordo com a prefeitura, cerca de 300 pessoas estão em situação de rua na cidade. No Centro POP, é oferecido acesso à higiene pessoal, alimentação, serviço de recâmbio para cidade de origem, acesso à retirada ou segunda vida de documentos, atendimento psicológico, encaminhamento para abrigo, ao PAT e para a rede de saúde.
A cidade conta com dois abrigos. No Abrigo Solidário Eliane Malzoni, as pessoas podem passar a notie e ter acesso à higiene, alimentação e abrigo. Já a Casa de Estar é um abrigo temporário, no qual a pessoa pode ficar por até seis meses. Equipes de serviço especializado em abordagem social atuam em dias úteis.
Cubatão
De acordo com a Secretaria de Assistência Social (Semas), recentemente, Cubatão registrou 160 pessoas em situação de rua referenciadas. A cidade é a única com registro de presença de idosos em situação de rua, com quinze pessoas com mais de 60 anos. Segundo o Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), os motivos para esse grupo surgir são rompimentos de vínculos familiares, saúde mental, abuso de drogas e aumento do custo de vida.
Na cidade, o atendimento ocorre em duas casas de acolhimento: a Casa do Recomeço, de passagem, com atendimento das 19h às 7h, e a oferta de jantar e café da manhã; e a Casa Abraço, um abrigo institucional, no qual a pessoa é acompanhada até que possa retomar seus vínculos familiares e sua autonomia.
Bertioga
A prefeitura não informou o número da população em situação de rua na cidade, mas declarou que as equipes de abordagem social atuam em três períodos diários, e que funciona o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), que identifica as demandas apresentadas, bem como a Casa de Passagem, onde é oferecido acolhimento temporário para indivíduos e famílias em situação de vulnerabilidade.
Cada pessoa atendida é avaliada individualmente. Quando necessário, há encaminhamento para serviços especializados como o Centro de Atenção Psicossocial (Caps) e o Posto de Atendimento ao Trabalhador (PAT). Caso haja o interesse em retornar ao município de origem, é realizado o recâmbio após a confirmação das informações fornecidas e a certeza de que um responsável vai acolher a pessoa na cidade de destino.
Santos
De acordo com o Cadastro Único (CadÚnico), Santos conta com cerca de 1.840 pessoas em situação de rua. Mas segundo a prefeitura, a partir da rotina de trabalho da equipe especializada em abordagem social, da Secretaria de Desenvolvimento Social, é possível afirmar que há aumento deste público vivendo nas ruas.
Santos oferece dois programas desenvolvidos para tentar oferecer uma vida melhor para estas pessoas. O programa Novo Olhar, que oferece cursos profissionalizantes e o Projeto Fênix, que reintegra moradores em situação de rua ao mercado de trabalho.
A prefeitura fornece bolsa no valor de um salário mínimo por 18 mese, e a possibildiade de realizar atividades em equipamentos públicos, inscrição em cursos profissionalizantes gratuitos e em escolas públicas.
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