Operação

Esquema de vazamento de dados atinge 120 milhões; polícia realiza operação nacional

Investigações identificam sete criminosos e revelam atividades em nove locais; ação busca conter crimes cibernéticos de vazamento de dados

Esquema de vazamento de dados atinge 120 milhões; polícia realiza operação nacional - Imagem: Divulgação/ SSP
Esquema de vazamento de dados atinge 120 milhões; polícia realiza operação nacional - Imagem: Divulgação/ SSP

Maria Clara Campanini Publicado em 29/11/2024, às 14h12


A Polícia Civil de São Paulo, em parceria com autoridades do Paraná, lançou uma operação para desmantelar um sofisticado esquema de vazamento de dados, que afetou mais de 120 milhões de cidadãos brasileiros. Após um ano de investigações, sete membros da organização criminosa foram identificados, além de nove locais associados à atividade ilícita. Um desses endereços está localizado na Praia Grande, no litoral de São Paulo. Até o momento, não houve detenções.

Na última quinta-feira (28), foram executados mandados de busca e apreensão em diversas localidades dos estados envolvidos. A operação, batizada de "Tatu Canastra", tem como objetivo garantir a proteção e dignidade digital dos cidadãos. As investigações revelaram que a quadrilha acumulava ilegalmente informações de servidores públicos vinculados a Tribunais de Justiça, autarquias previdenciárias, concessionárias de telefonia e prefeituras em várias regiões do país. As informações comprometidas pertencem a mais de 120 milhões de brasileiros.

Os dados coletados eram comercializados entre outros criminosos que os utilizavam para lavagem de dinheiro, evasão fiscal e práticas fraudulentas baseadas em engenharia social. A apuração dos fatos permitiu identificar sete integrantes do grupo, responsáveis por capturar e negociar essas informações sensíveis, envolvendo inclusive bancos digitais e grandes operadoras de telefonia.

A Justiça expediu mandados para nove endereços relacionados aos delitos em São Paulo, incluindo a capital e cidades como Campinas, Bauru, Taubaté e Praia Grande. No Paraná, as operações ocorreram em Londrina e Uraí. Durante as buscas, foram apreendidos equipamentos usados pelos "call centers" operados pela quadrilha. Esses materiais serão submetidos à perícia para dar continuidade às investigações.

Os envolvidos enfrentarão acusações por associação criminosa, invasão de dispositivos informáticos e violação do sigilo profissional. A operação evidencia a crescente necessidade de medidas rigorosas para combater crimes cibernéticos no país.