Operação

Polícia realiza operação contra pedofilia e ciberataques em escolas

A operação NIx revelou uma rede de abusos virtuais e ameaças nas instituições

Polícia realiza operação contra pedofilia e ciberataques em escolas - Imagem: Reprodução/ Agência SP
Polícia realiza operação contra pedofilia e ciberataques em escolas - Imagem: Reprodução/ Agência SP

Maria Clara Campanini Publicado em 29/11/2024, às 13h10


A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo lançou nesta sexta-feira (29) a Operação Nix, em uma ação coordenada que abrange os estados de São Paulo, Distrito Federal, Pernambuco, Bahia e Minas Gerais. A operação visa desmantelar uma organização criminosa responsável por uma série de delitos contra menores de idade, incluindo crimes de pedofilia e estupros virtuais.

Esta operação marca a primeira investida do recém-estabelecido Núcleo de Observação e Análise Digital (NOAD), uma unidade especialmente feita para combater infrações cometidas no ambiente virtual. Utilizando plataformas digitais como Discord e Telegram, os criminosos têm explorado essas ferramentas para perpetuar suas atividades ilícitas.

Na operação deflagrada hoje, foram emitidos dois mandados de prisão temporária e quatro mandados de apreensão contra adolescentes, além de dez mandados de busca e apreensão. Os suspeitos são acusados não apenas de abuso sexual virtual e disseminação de material impróprio envolvendo menores, mas também de incitar automutilação e até mesmo suicídio entre as vítimas. Há indícios, ainda, de que eles estejam envolvidos no planejamento de ataques a instituições escolares.

Em declaração à imprensa, o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, ressaltou o desafio enfrentado pelas forças policiais na identificação e captura desses indivíduos. "Esses criminosos não se enquadram no perfil tradicional; são pessoas com vidas aparentemente comuns que se escondem sob o manto da internet para cometer crimes atrozes contra crianças", afirmou Derrite. Ele destacou o sucesso da operação em reunir provas substanciais para classificar os suspeitos como parte de uma organização criminosa. "Eles agem em grupos, competindo entre si pela quantidade de crimes cometidos, como se fossem troféus", completou.

O NOAD foi oficialmente instituído com a publicação do decreto no Diário Oficial do Estado nesta sexta-feira. Composto por membros das polícias Civil, Militar e Técnico-Científica, o núcleo terá a missão de monitorar redes sociais e plataformas digitais para identificar atividades criminosas. O foco será tanto em ações associadas ao crime organizado quanto no aliciamento online de menores. Além disso, o grupo dedicará esforços para detectar planejamentos de ataques a escolas.

As operações subsequentes serão apoiadas por relatórios detalhados elaborados pelo NOAD, que servirão como base para as intervenções policiais. "A criação deste núcleo é imperativa na era digital em que vivemos", enfatizou Derrite. "A ilusão do anonimato na internet leva muitos criminosos a acreditarem na impunidade, mas nossas forças estão preparadas para desmantelar essas redes e prevenir seus efeitos devastadores nas vidas das vítimas."