DENGUE

Estado de São Paulo tem quase 250 mil crianças e adolescentes com vacina contra a dengue incompleta

Entenda como funcionará a vacinação contra dengue para quem está com a segunda dose em atraso

O Ministério da Saúde adquiriu, até o momento, 5,2 milhões de doses da vacina - Imagem: Reprodução / Paulo Pinto / Agência Brasil
O Ministério da Saúde adquiriu, até o momento, 5,2 milhões de doses da vacina - Imagem: Reprodução / Paulo Pinto / Agência Brasil

Sabrina Oliveira Publicado em 26/10/2024, às 11h30


O estado de São Paulo enfrenta um desafio na campanha de vacinação contra a dengue: cerca de 247 mil crianças e adolescentes, com idades entre 10 e 14 anos, ainda não receberam a segunda dose da vacina Qdenga. A Secretaria Estadual da Saúde alerta que completar o ciclo vacinal é essencial para garantir a eficácia da imunização.

O esquema vacinal é composto por duas doses, administradas com um intervalo de 90 dias entre si. O público-alvo desta campanha foi escolhido por ser uma faixa etária vulnerável, com grande número de internações por dengue nos últimos anos, ficando atrás apenas dos idosos. Contudo, a vacina ainda não foi aprovada para essa faixa etária mais velha pela Anvisa.

De acordo com a pediatra Ana Escobar, apenas uma dose não oferece proteção suficiente contra a doença. "A imunização completa só acontece com a aplicação das duas doses. A pessoa que só recebeu uma ainda está exposta aos riscos da doença, especialmente durante os surtos sazonais", explica a médica.

A vacinação no estado está disponível em 391 municípios, incluindo a capital paulista, onde 83 mil jovens estão com a segunda dose em atraso. Para incentivar a imunização, a Secretaria Municipal de Saúde tem realizado busca ativa, com ligações e visitas às famílias, além de promover mutirões como o Dia D. No último evento, em 19 de outubro, foram aplicadas mais de 9 mil doses da vacina.

A dengue é uma doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti e, com a chegada das chuvas e do verão, a expectativa é de aumento nos casos. Segundo especialistas, o período quente e úmido favorece a proliferação do mosquito e torna a vacinação ainda mais urgente. "Com as condições climáticas ideais para o mosquito, o número de casos pode crescer rapidamente se não houver prevenção", reforça Escobar.

A campanha de vacinação é coordenada pelo Ministério da Saúde, que adquiriu 5,2 milhões de doses, além de mais 1,3 milhão doadas pelo laboratório fabricante. Até o momento, mais de 2,1 milhões de primeiras doses foram aplicadas no Brasil, mas apenas cerca de 646 mil pessoas completaram o ciclo com a segunda dose.

As Unidades Básicas de Saúde (UBSs) em São Paulo estão aplicando a vacina de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h, e também aos sábados nas AMAs/UBSs Integradas.