Meio Ambiente

Estudo demonstra impacto de turistas em praias paulistas

O estudo feito pela Unifesp junto com a Secretária do Meio Ambiente de Guarujá demonstra que plástico e bitucas de cigarro são os principais poluentes

Estudo demonstra impacto de turistas em praias paulistas - Imagem: Divulgação/ Portal de Turismo do Guarujá
Estudo demonstra impacto de turistas em praias paulistas - Imagem: Divulgação/ Portal de Turismo do Guarujá

Maria Clara Campanini Publicado em 04/11/2024, às 15h04


Em uma recente investigação conduzida pelo Instituto do Mar (IMar) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em colaboração com a Secretaria do Meio Ambiente de Guarujá, foram identificados elevados níveis de poluição na Praia do Perequê, situada no litoral de São Paulo. O estudo, publicado na revista Marine Pollution Bulletin, destaca que a contaminação é majoritariamente composta por plásticos e bitucas de cigarro, e é atribuída principalmente às atividades turísticas.

Sob a coordenação do professor Ítalo Braga de Castro, a pesquisa adotou metodologias reconhecidas internacionalmente para monitoramento de resíduos em praias, incluindo o programa Ospar, que busca proteger ecossistemas marinhos e promover o uso sustentável dos recursos. A coleta de dados ocorreu entre 2022 e 2023, englobando diferentes estações e dias da semana, em dez pontos específicos da Praia do Perequê. Os detritos foram classificados em categorias como plástico, metal, vidro e outros.

Os resultados apontaram que a maior parte dos resíduos se acumula durante os finais de semana e períodos de alta temporada turística, sugerindo que os visitantes são os principais responsáveis pela poluição, mais do que os moradores locais. Esta constatação permitirá que gestores públicos tomem medidas direcionadas para mitigar o problema. Antes da publicação do estudo, um relatório foi entregue à prefeitura contendo possíveis ações para reduzir o impacto ambiental.

A pesquisa também revelou a presença de itens potencialmente perigosos para a saúde pública, como metais cortantes e vidros. Financiada por verbas decorrentes de multas ambientais pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP), a coleta contabilizou 2.579 itens em uma área de 4 mil metros quadrados.

Em resposta aos achados, a Prefeitura de Guarujá destacou que este estudo faz parte de um conjunto de 35 iniciativas desenvolvidas em parceria com universidades nos últimos anos. A administração municipal reconhece a importância da ciência na formulação de políticas públicas e planeja implementar estratégias para combater o descarte irregular na região. Entre as medidas já em curso estão os projetos "Nossos Mares" e "Mar sem Lixo", além do programa "Reciclou, Ganhou", que incentiva a reciclagem mediante troca por produtos diversos.