Episódio aconteceu durante a comemoração do próprio aniversário
Alanis Ribeiro Publicado em 08/08/2024, às 08h54
Um homem transexual denunciou um caso de transfobia depois de ser impedido por um segurança de usar o banheiro masculino durante o Santos Jazz Festival, que aconteceu no dia 26 de julho, em Santos.
Luan Palermo, a vítima, estava comemorando o próprio aniversário de 36 anos, quando o episódio aconteceu. Segundo ele, a organização do festival musical não permitia “mulheres que querem se passar por homens”.
De acordo com o relato, ele explica que tudo estava em ordem, até o momento em que teria sido barrado ao tentar entrar no banheiro masculino, mesmo após se identificar como uma pessoa transexual.
Pessoas que estavam perto registraram a confusão, ocorrida na porta do banheiro.
“Ele disse que não, que recebeu ordens da coordenação do evento para não permitir que isso acontecesse. Eu perguntei ‘isso o quê?’, e ele disse: ‘mulheres que querem se passar por homem’. Foram exatamente essas palavras”, afirmou para a Metrópoles.
Após o constrangimento de ter que argumentar com o segurança sobre os próprios direitos, Luan desistiu de usar o sanitário e acabou indo até um banheiro químico em um espaço onde não havia seguranças.
“É muito constrangedor você querer fazer uma necessidade fisiológica básica, que para qualquer pessoa cisgênero seria tão simples, mas para nós se torna um pesadelo”, declara.
Luan disse ainda que foi surpreendido por uma mulher que se apresentou como representante da Secretaria de Cultura de Santos. “Disse que tinha sido uma ordem dela, que realmente não era para acontecer esse tipo de coisa. Que outras mulheres podiam ver e gostariam também de usar o banheiro”, contou.
Foi registrado um boletim de ocorrência sobre o ocorrido “Já estou tomando as medidas legais, jurídicas e administrativas também.”
Luan disse que duas pessoas da organização do festival o procuraram para conversar sobre o incidente, mas pareceram mais preocupadas com a repercussão do caso do que com o ocorrido em si. “A discussão não é sobre sensacionalismo, mas sobre a busca por direitos”, argumentou.
Em nota para o Metrópolis, a organização do Santos Jazz Festival disse ter feito contato com Luan para pedir desculpas e mostrar solidariedade e acolhimento. O festival afirmou que pretende criar um comitê para capacitar e orientar todo o time responsável pela estruturação de eventos públicos na cidade.
Devido a repercussão do caso, o Conselho Municipal de Políticas LGBT+ de Santos se pronunciou por meio de nota nas redes sociais e se solidarizando com Luan, e ressaltou a importância da denúncia frente a qualquer ato de violência.
Enquanto a Prefeitura de Santos afirmou que não houve ordem da secretária de Cultura que impedisse o uso dos sanitários, informação já foi esclarecida pelos organizadores do evento.
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