Defesa argumentou que a prisão era desnecessária, e a Justiça concordou, permitindo que a jovem responda ao processo em liberdade
Gabriel Nubile Publicado em 26/09/2025, às 11h09
Argumentando que a prisão era uma medida exagerada e desnecessária, a defesa de uma jovem de 23 anos, moradora de Guarujá, conseguiu convencer a Justiça a soltá-la. Ela havia sido presa em março deste ano, durante a Operação Emergentes da Polícia Federal, e é acusada de um crime grave: lavar mais de R$ 2 milhões para uma quadrilha de tráfico internacional de drogas.
A decisão de soltar a jovem foi tomada na última terça-feira (23) pela 5ª Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, por um placar de dois votos a um. Os desembargadores entenderam que não havia motivos concretos para manter a acusada em prisão preventiva, permitindo que ela responda ao processo em liberdade. Para conseguir o habeas corpus, os advogados da jovem destacaram que ela não tem antecedentes criminais, possui residência fixa, trabalho com carteira assinada e está matriculada em uma faculdade.
Qual era o papel dela no esquema?
Apesar da soltura, as acusações contra a jovem são muito sérias. Segundo a denúncia do Ministério Público Federal, ela é sobrinha de um dos líderes da organização criminosa e teria um papel importante na parte financeira do esquema. A investigação aponta que ela cedeu a própria conta bancária para movimentar o dinheiro sujo vindo do tráfico.
As provas indicam que a participação dela ia além. Ela teria ajudado na contabilidade do grupo e, em conversas de aplicativo de mensagens com o tio, falava sobre o envio de "vídeos de mergulho". Para os investigadores, essa era uma linguagem codificada para se referir à atividade de mergulhadores que escondiam cocaína nos cascos de navios que saíam do Porto de Santos com destino à Europa.
A jovem foi uma das sete pessoas presas na Operação Emergentes, uma grande ação da PF que desarticulou a quadrilha em março. Seis pessoas foram detidas na Baixada Santista e um homem, apontado como o chefe, foi preso em Portugal.
Mesmo em liberdade, a jovem terá que seguir uma série de regras rígidas impostas pela Justiça, como comparecer a todos os atos do processo, ficar em casa no período noturno e nos dias de folga, entregar seu passaporte e não se ausentar do país. Se descumprir qualquer uma das medidas, ela pode voltar para a prisão.
Leia também
Câmara de Santos vai discutir implantação da tarifa zero nos ônibus da cidade
Prevenção ao suicídio: dados alarmantes de 2025
Com ficha criminal de 50 anos, idoso que enganava mulheres em apps é preso
Lucas Bove ostenta histórico de denúncias de abuso e agressão
Trio é preso em operação contra “escritório do crime” no Guarujá
Deputado propõe renomear Deic em homenagem a ex-delegado morto em Praia Grande
Trio é preso em operação contra “escritório do crime” no Guarujá
Câmara de Santos vai discutir implantação da tarifa zero nos ônibus da cidade
Santos lidera litoral paulista com 7 praias impróprias para banho
A maior mina de manganês da América Latina, Buritirama recorre ao STJ para retornar operações