Polícia

Com ficha criminal de 50 anos, idoso que enganava mulheres em apps é preso

Suspeito, conhecido como 'Don Juan' do crime, enganou mulheres e causou prejuízo de mais de R$ 300 mil

Com histórico criminal desde 1978, ele foi preso após nova investigação por estelionato e outros crimes - Foto: Divulgação/ Polícia Civil
Com histórico criminal desde 1978, ele foi preso após nova investigação por estelionato e outros crimes - Foto: Divulgação/ Polícia Civil

Gabriel Nubile Publicado em 17/09/2025, às 09h57


Com uma ficha criminal que se estende por quase 50 anos, um idoso de 70 anos, suspeito de ser um "Don Juan" do crime, foi preso dentro de casa em Santos. Ele é acusado de aplicar o "golpe do amor" em diversas mulheres, utilizando aplicativos de relacionamento para prometer romance, ganhar a confiança das vítimas e, em seguida, conseguir tirar delas grandes quantias. O prejuízo total apurado pela polícia ultrapassa a marca de R$ 300 mil.

Apesar da idade avançada e de problemas de saúde alegados pela família, a Justiça Federal ordenou que ele ficasse preso preventivamente. A decisão do juiz levou em conta o longo histórico de crimes do suspeito, que já havia sido condenado por estelionato em 2018. Mesmo após a condenação, ele voltou a ser investigado em 2024 por aplicar novos golpes com o mesmo modo de agir, o que demonstrou que ele não havia parado com as atividades criminosas.

A prisão foi realizada por policiais da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) em um imóvel no bairro Campo Grande. Os agentes cumpriam um mandado judicial e o idoso não ofereceu resistência.

Como funcionava o 'golpe do amor'?

Segundo a Polícia Civil, o suspeito era um especialista em fraudes emocionais e financeiras. Ele criava perfis em aplicativos de relacionamento e iniciava conversas com mulheres, sempre com muitas promessas de amor e de um futuro a dois. Aos poucos, ele construía um laço de confiança e dependência emocional com as vítimas.

Quando percebia que a mulher estava envolvida, ele começava a inventar histórias e a pedir dinheiro, conseguindo movimentar valores expressivos. A investigação atual, inclusive, vai além do estelionato. A polícia também apura crimes mais complexos, como lavagem de dinheiro, ocultação de bens e participação em organização criminosa, o que sugere que o esquema era bem mais estruturado.

Durante a prisão, a filha do investigado acompanhou a ação e apresentou aos policiais documentos médicos, informando que o pai sofre de problemas cardíacos e já teve um AVC. Ela solicitou que ele recebesse cuidados especiais na prisão. O homem foi levado para a cadeia pública anexa ao 5º Distrito Policial de Santos. Com registros criminais que datam desde 1978, a polícia agora trabalha para identificar outras possíveis vítimas do golpista.