Crescimento do PIB anual de 3,4% destaca a resiliência do setor agropecuário, enquanto a indústria e os serviços enfrentam estagnação

Maria Clara Campanini Publicado em 15/10/2024, às 16h07
O Monitor do PIB, desenvolvido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), revelou um declínio de 0,2% na atividade econômica brasileira durante o mês de agosto em comparação com julho. No entanto, quando comparado ao mesmo período do ano anterior, o índice apresentou um crescimento de 3,4% e alcançou 4,1% no trimestre móvel encerrado em agosto. Em um panorama mais amplo, considerando os 12 meses até julho, o crescimento acumulado foi de 2,8%. Esses dados foram divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV).
Juliana Trece, coordenadora da pesquisa, atribuiu a retração econômica pelo segundo mês consecutivo à estagnação na indústria e à retração no setor de serviços. Em contrapartida, a agropecuária foi a única entre as três grandes atividades econômicas a apresentar evolução em agosto em relação a julho. O texto conta com informações da Agência Brasil.
Do ponto de vista da demanda, a maioria dos componentes registrou avanço. Contudo, a queda de 2,5% nas exportações, impulsionada principalmente pelos menores volumes de produtos agropecuários e extrativos minerais, impactou negativamente o desempenho geral. "Apesar dos avanços em diversos componentes da demanda, as exportações líquidas negativas superaram esses crescimentos, contribuindo para a diminuição do PIB em agosto", esclareceu Juliana.
A pesquisa destacou que as exportações de produtos agropecuários e da indústria extrativa mineral tiveram uma contribuição significativamente menor para o desempenho das exportações no trimestre encerrado em agosto. Anteriormente responsáveis por cerca de 8 pontos percentuais no ano passado, sua contribuição reduziu-se para apenas 1,2 pontos percentuais neste ano, marcando a menor contribuição desde fevereiro de 2023.
No âmbito do consumo doméstico, o aumento foi observado em várias categorias ao longo do ano. Os serviços destacaram-se como principal fator positivo para o trimestre encerrado em agosto, embora os bens não duráveis e duráveis também tenham contribuído substancialmente.
A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) registrou um avanço significativo no trimestre encerrado em agosto, com destaque para o segmento de máquinas e equipamentos. Esse segmento tem sido um motor positivo desde o segundo trimestre deste ano, auxiliado por uma base de comparação mais baixa em 2023. Embora com menor impacto comparativo, os setores de construção e outros componentes da FBCF também contribuíram para esse desempenho
As importações apresentaram um aumento relevante em todas as categorias, lideradas pelos bens intermediários que impulsionaram o crescimento. Similarmente, houve expansão nos bens de consumo, serviços e bens de capital.
O Monitor do PIB-FGV estimou que o PIB brasileiro acumulado até julho de 2024 alcançou R$ 7,570 trilhões em valores correntes. A taxa de investimento em agosto foi calculada em 18,1%, superando as médias históricas desde os anos 2000 e 2015.
Este indicador mensal foi desenvolvido para oferecer à sociedade uma referência regular sobre o PIB brasileiro utilizando a mesma metodologia das Contas Nacionais do IBGE. A série histórica inicia-se no ano 2000 e incorpora dados atualizados das Contas Nacionais até o segundo trimestre de 2024. O cálculo é realizado com base em aproximadamente 500 informações de volume e preço conjugadas com a Tabela de Recursos e Usos mais recente disponível.
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