INVESTIGAÇÃO

Operação Hereditas: PCC infiltra estruturas governamentais da cidade

Autoridades identificaram pelo menos oito contratos fraudulentos, totalizando mais de 80 milhões de reais

Autoridades identificaram pelo menos oito contratos fraudulentos, totalizando mais de 80 milhões de reais - Imagem: Reprodução/Redes Sociais
Autoridades identificaram pelo menos oito contratos fraudulentos, totalizando mais de 80 milhões de reais - Imagem: Reprodução/Redes Sociais

Alanis Ribeiro Publicado em 17/10/2024, às 09h02


Operação Hereditas: O Ministério Público, em conjunto com a Polícia Civil, revelou um relatório alarmante das investigações. Segundo as apurações, o Primeiro Comando da Capital (PCC) teria estabelecido uma influência significativa sobre a cidade, interferindo em suas estruturas governamentais.

As investigações apontam para a existência de indícios substanciais de fraudes em processos licitatórios municipais. Há evidências de que agentes públicos estariam envolvidos no recebimento de propinas e em conluios para orquestrar ataques contra policiais militares, facilitando a atuação de milícias na região.

No início de outubro, uma operação de busca e apreensão foi realizada contra pelo menos três vereadores, incluindo Juninho Eroso (Progressistas), presidente da Câmara Municipal. Também está sob investigação Raphael Vitiello, atual candidato à prefeitura e concorrente no segundo turno das eleições municipais.

O relatório menciona ainda a participação do secretário municipal em exercício. As autoridades identificaram pelo menos oito contratos fraudulentos, totalizando mais de 80 milhões de reais.

Essas fraudes envolvem contratos relacionados a serviços de limpeza e locação de impressoras, com supostas conexões a empresas associadas a Cristiano Lopes Costa, conhecido como Meia Folha. Este indivíduo era apontado como um dos líderes do PCC até ser assassinado em 12 de março de 2024.

Os contratos fraudulentos teriam sido utilizados para lavar dinheiro oriundo do crime organizado e do tráfico de drogas. Em troca, os servidores públicos envolvidos recebiam pagamentos regulares de propina, conhecidos como "mensalinhos", aprofundando ainda mais o esquema ilícito que permeia a administração local.