DESCOBERTA

Pescador encontra objeto lançado ao mar por pesquisadores do Paraná há cinco anos

Projeto teve início em setembro de 2019 na Ilha do Mel, Paraná, com o objetivo de investigar o comportamento e o deslocamento das carcaças dos golfinhos toninha

Esta fase do projeto foi encerrada em 2022, mas a equipe já está desenvolvendo novas estratégias para estudar outras espécies e suas dinâmicas específicas - Imagem: Reprodução/Caio César/Projeto Mar Sem Lixo
Esta fase do projeto foi encerrada em 2022, mas a equipe já está desenvolvendo novas estratégias para estudar outras espécies e suas dinâmicas específicas - Imagem: Reprodução/Caio César/Projeto Mar Sem Lixo

Alanis Ribeiro Publicado em 19/11/2024, às 10h31


Um pedaço de madeira, lançado ao mar há cinco anos como parte de um estudo acadêmico no Paraná, foi recentemente encontrado em Bertioga, a cerca de 800 quilômetros do local de sua soltura original. O objeto, que emergiu na rede de pesca de Renato da Mota Mangueira, é parte de uma pesquisa desenvolvida pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) sobre a movimentação de carcaças marinhas.

O projeto teve início em setembro de 2019 na Ilha do Mel, Paraná, com o objetivo de investigar o comportamento e o deslocamento das carcaças dos golfinhos toninhas até as praias brasileiras.

Pedro Volkmer de Castilho, professor e biólogo participante da pesquisa, expressou sua satisfação ao saber que a madeira havia sido encontrada tão longe do ponto de origem. Ele destacou que este tipo de experimento é essencial para entender os fenômenos naturais que influenciam a deriva desses materiais.

O pedaço de madeira carregava inscrições com números de contato e instruções para quem o encontrasse, mas acabou sendo tratado como lixo pelo pescador Renato, que o destinou ao projeto Mar Sem Lixo, que visa remunerar pescadores que ajudam na remoção de resíduos dos oceanos.

A pesquisa utilizou mais de mil peças semelhantes lançadas entre Santa Catarina e São Paulo entre 2019 e 2022. Segundo Pedro, aproximadamente 52% dos objetos foram recuperados, permitindo aos cientistas mapear trajetórias e compreender melhor as influências das correntes marítimas e dos ventos sobre os materiais flutuantes.

Os pesquisadores empregaram também protótipos equipados com rastreadores satelitais para validar os dados obtidos com os toquinhos de madeira. Os resultados coincidiram, confirmando a eficácia do método utilizado para simular o comportamento das carcaças reais.

Esta fase do projeto foi encerrada em 2022, mas a equipe já está desenvolvendo novas estratégias para estudar outras espécies e suas dinâmicas específicas.