SANTOS

PF divulga imagens que comprovam esquema de tráfico internacional de drogas

Investigações, que se estenderam por quase um ano, revelaram detalhes significativos sobre as atividades da quadrilha

Polícia Federal conseguiu acesso a conversas e imagens que expõem a atuação de uma organização criminosa - Imagem: Reprodução/g1
Polícia Federal conseguiu acesso a conversas e imagens que expõem a atuação de uma organização criminosa - Imagem: Reprodução/g1

Alanis Ribeiro Publicado em 18/11/2024, às 09h29


A Polícia Federal conseguiu acesso a conversas e imagens que expõem a atuação de uma organização criminosa especializada no tráfico internacional de drogas, utilizando portos brasileiros como base de suas operações, em especial o Porto de Santos.

As investigações, que se estenderam por quase um ano, revelaram detalhes significativos sobre as atividades da quadrilha. Os materiais obtidos incluem capturas de tela e interceptações telefônicas que detalham o funcionamento interno da organização. Como resultado dessas investigações, foi deflagrada a Operação Taeguk no início deste mês, em conjunto com a Polícia Militar.

A operação resultou na prisão de diversos suspeitos nas cidades de Santos e Guarujá, além do cumprimento de mandados de busca e apreensão na Baixada Santista e em outros estados como Rio de Janeiro, Pará e Maranhão.

Conforme informações divulgadas pela Polícia Federal, o Brasil tem se tornado uma rota estratégica para o envio de cocaína ao mercado asiático. O alto valor da droga na Ásia tem atraído traficantes brasileiros interessados em lucrar com a exportação do entorpecente. A investigação começou após a apreensão de 100 kg de cocaína na Coreia do Sul, descoberta em janeiro deste ano no compartimento submerso de um navio.

Durante as apurações, foram identificados rastreadores colocados junto à carga ilícita enquanto a embarcação estava atracada no Porto de Santos. Destes dispositivos, um havia sido instalado pela quadrilha brasileira, enquanto os demais foram adquiridos na Coreia pelos compradores da droga. A análise dos rastreadores permitiu à Polícia Federal traçar um vínculo entre os dispositivos e contas cadastradas em nome de indivíduos associados à organização criminosa.

O inquérito policial levou à identificação de uma mulher residente em Guarujá, cujo perfil estava vinculado aos dispositivos rastreadores. Posteriormente, descobriu-se que a conta era utilizada por um comparsa relacionado ao irmão dela. Ambos pertencem a um núcleo criminoso operante na Baixada Santista e em outras regiões do país. 

Sem saber que estavam sob vigilância, os membros da quadrilha registraram suas operações com o intuito de provar aos compradores estrangeiros o andamento das remessas de drogas. No entanto, esses registros acabaram servindo como provas contra eles próprios. Conversas interceptadas revelam ameaças entre os envolvidos, reforçando o caráter organizado e perigoso da operação.

A ação policial culminou com pedidos judiciais que resultaram nos mandados cumpridos durante a Operação Taeguk. Apesar dos avanços nas investigações, um dos principais líderes da quadrilha permanece sem identificação. 

Osvaldo Scalezi Junior, chefe da Divisão de Repressão a Drogas da Polícia Federal, destacou a importância do trabalho de inteligência na condução das operações, enfatizando a necessidade de compreender a estrutura hierárquica das organizações criminosas para desmantelá-las efetivamente.