Santos ficará submersa em um futuro próximo; veja previsão

As mudanças climáticas têm intensificado ressacas e elevado o nível do mar, colocando Santos e outras cidades brasileiras em alerta

Santos ficará submersa em um futuro próximo - Imagem: Reprodução | Paula de Donato/Rádio Bandeirantes
Santos ficará submersa em um futuro próximo - Imagem: Reprodução | Paula de Donato/Rádio Bandeirantes

Marina Milani Publicado em 09/07/2024, às 14h20


Nos últimos anos, moradores e frequentadores das praias de Santos, no litoral de São Paulo, têm notado um aumento na intensidade e frequência das ressacas. Este fenômeno, relacionado ao avanço do nível do mar, é uma preocupação crescente que afeta diversas regiões costeiras no Brasil e no mundo.

De acordo com um estudo da Climate Central, baseado em informações do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC), sete cidades brasileiras – Rio de Janeiro, Fortaleza, Salvador, Recife, Porto Alegre, São Luís do Maranhão e Santos – estão entre as 100 cidades de 39 países com maior risco devido ao aumento do nível do mar. Em Santos, o impacto é evidente nas ressacas mais violentas que têm atingido a cidade.

O aquecimento global, causado principalmente pela emissão de gases de efeito estufa, está expandindo as águas dos oceanos e provocando o derretimento das calotas polares. Nas últimas três décadas, o nível do mar subiu 9 cm, e projeções indicam que pode aumentar até 80 cm até o final do século. Este aumento pode resultar na inundação de áreas ocupadas por aproximadamente 10% da população global, ou seja, mais de 800 milhões de pessoas.

Dados e projeções alarmantes

Uma pesquisa da USP revela que o nível do mar no estado de São Paulo subiu 20 cm nos últimos 73 anos. Se a emissão de carbono continuar no ritmo atual, esse aumento pode chegar a 36 cm até 2050. Mesmo que a emissão de carbono seja interrompida, a atmosfera permanecerá aquecida por um longo período, continuando a influenciar a elevação do nível do mar.

Diante deste cenário, a adaptação climática se tornou essencial. As ações necessárias incluem a redução significativa das emissões de carbono, a construção de grandes obras de infraestrutura e a instalação de sistemas de monitoramento e alerta para eventos extremos. Especialistas destacam que medidas como a construção de diques ou o aumento da faixa de areia podem não ser suficientes, pois a elevação dos oceanos provoca erosão e ressacas mais intensas, que destroem essas barreiras temporárias.

Embora as ações ainda precisem de mais ambição e eficácia, algumas cidades brasileiras já estão adotando medidas importantes:

  • Rio de Janeiro: Parceria com a NASA para monitorar o avanço do mar.
  • Recife: Retirada de moradores de áreas de risco e construção de parques para reter água.
  • Fortaleza: Construção de um lago subterrâneo para conter alagamentos.
  • Santos: Instalação de barreiras de grandes sacos de areia para impedir que as ressacas avancem sobre a área urbana.
  • Salvador: Plano de redução de emissão de carbono com monitoramento e alertas da defesa civil.
  • Porto Alegre: Meta de zerar as emissões até 2050.