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Santos registra acumulado de 132 milímetros de chuva; entenda risco de alagamento

Especialistas explicaram sobre as consequências após forte chuva

A previsão era de 133,4 mm durante o mês de junho - Imagem: Prefeitura de Santos
A previsão era de 133,4 mm durante o mês de junho - Imagem: Prefeitura de Santos

Karina Faleiros Publicado em 06/06/2024, às 12h42


Em 24 horas, a cidade de Santos, no litoral de São Paulo, registrou um volume de chuva de 132 milímetros em 24 horas, o equivalente a 98% da expectativa pra todo o mês de junho.

Especialistas explicam sobre as consequências das fortes chuvas na região, e analisam a possibilidade da cidade ficar completamente alagada.

De acordo com a oceanógrafa e mestranda de Ciência e Tecnologia do Mar da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Mariana Amaral, em entrevista ao g1, ela cita acreditar que um conjunto de fatores podem deixar a cidade debaixo d’água. Confira:

- Dias seguidos de chuvas, com volume semelhante ao registrado na terça-feira (4)

- Falta de escoamento adequado

- Aumento do nível dos rios e mares

“[Com] os rios aumentando o seu nível, não tem para onde ir essa água. O oceano, ao invés de estar recebendo, está mandando a água em forma de tempestades”, explica.

O pesquisador, consultor e doutor em Ciência Ambiental, Renan Ribeiro, acredita que a cidade pode ‘colapsar’, porém, a situação poderia durar até 24 horas. Ele explica que apesar da maré alta funcionar como uma ‘barreira’ e facilitar alagamentos, ela baixa em até seis horas. Diferente, por exemplo, do Estado do Rio Grande do Sul. O especialista relata que, neste caso, o escoamento é realizado em uma lagoa fechada, ou seja, não diminui.

“[Com o] aumento do nível do mar, a frequência e intensidade de eventos extremos, Santos pode sofrer mais vezes com alagamentos e ressacas. Mas prefiro ver pelo lado menos pessimista ou pelo menos acreditar que a cidade fará investimentos em drenagem e defesa contra esses eventos”, explica.

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU) e agências especializadas, Santos corre o risco de ter parte da área próxima à costa submersa até 2050. Segundo Renan, a chuva excessiva não impacta ou acelera esse fenômeno.

O aumento do nível do mar eleva a frequência e intensidade de eventos extremos, como tempestades e ressacas.