Polícia

Operação policial no Morro São Bento deixa dois mortos; família da vítima questiona ação

Familiares contestam a narrativa policial, alegando que jovem morto não possuía arma e foi surpreendido por disparos

Um terceiro indivíduo ficou ferido ao tentar invadir a área isolada após o tiroteio - Imagem: Reprodução
Um terceiro indivíduo ficou ferido ao tentar invadir a área isolada após o tiroteio - Imagem: Reprodução

Gabriella Souza Publicado em 10/12/2025, às 10h08


Uma confusão em Santos, no bairro São Bento, resultou na morte de dois homens, de 26 e 29 anos, após um tiroteio com policiais militares na noite de domingo (07). O fato gerou controvérsia, pois a versão oficial da polícia é confrontada pelos familiares de uma das vítimas. O episódio ocorreu durante um patrulhamento de rotina.

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) comunicou que os agentes avistaram quatro indivíduos com armas e, no decorrer da perseguição, foram atacados a tiros. Na resposta dos policiais, dois suspeitos acabaram falecendo no local.

Versão oficial e ferido na perícia

Além das duas mortes, um terceiro indivíduo ficou machucado ao tentar entrar à força na área isolada para a coleta de provas e agredir os policiais. Ele foi imediatamente levado para a Santa Casa, onde recebeu cuidados médicos e permanece hospitalizado.

A ocorrência está registrada na Central de Polícia Judiciária (CPJ) como morte resultante de ação policial e resistência. Paralelamente, os detalhes do caso também estão sendo investigados por meio de um Inquérito Policial Militar, que apura a conduta dos agentes envolvidos.

Família questiona: vítima não estava armada

A narrativa da polícia é veementemente contestada pelos parentes de um dos jovens que morreu. Eles afirmam que o rapaz não possuía arma no momento em que foi baleado e morto. Segundo a família, ele era dono de um comércio e tinha saído do local apenas para comprar cigarros quando a ação policial aconteceu.

A equipe, de acordo com eles, teria chegado atirando sem aviso. Ainda conforme o relato familiar, após o tiroteio, os policiais isolaram os corpos e não permitiram que ninguém se aproximasse. Essa atitude, segundo os familiares, dificultou a comprovação de que o jovem não estava armado no momento da sua morte.

Este é o panorama de um caso que divide opiniões e que continuará sendo acompanhado de perto pelas autoridades, com o objetivo de esclarecer todos os detalhes do confronto que tirou a vida de dois homens em Santos.