Empresário artístico critica a escalação por número de seguidores e aponta o abandono de talentos como Maria Gladys como prova do etarismo na televisão
Gabriela Nogueira Publicado em 11/11/2025, às 17h17
Marcus Montenegro, idealizador da campanha "Eu Quero Veteranos na TV", fez um alerta sobre a entrada massiva de celebridades digitais no mercado de atuação. O empresário artístico afirma que não rejeita novos nomes, mas faz uma ressalva crucial: é indispensável o preparo profissional para quem assume o papel de ator.
Em conversa franca e exclusiva com a Revista Glamurama, o produtor criticou o mercado por confundir notoriedade com talento, o que tem "apagado a fronteira entre celebridade e ator". A preocupação maior é quando "alguém está na posição de ator sem capacitação profissional, apenas por número de seguidores", ressaltando que o mercado precisa urgentemente recuperar a cultura de grandes interpretações.
Montenegro reconhece exceções legítimas, citando a conexão com o público de nomes como MC Cabelinho e Belo, além do sucesso de Grazi Massafera, mas insiste que o critério de escalação precisa ser artístico.
A urgência desse debate ganhou um símbolo triste no caso da atriz Maria Gladys, encontrada em situação de vulnerabilidade. Montenegro lamenta a situação, classificando-a como uma "tristeza" e um exemplo claro do etarismo que assola a indústria. "Maria é uma ótima atriz que está sofrendo com o etarismo", afirma.
Seu pedido final às emissoras é direto: "Quero veteranos na TV. Precisamos combater o etarismo." Para ele, resgatar esses artistas é um ato de "justiça cultural" para devolver à televisão a "alma que o público reconhece, sente falta e nunca deixou de amar."