Quadrilha especializada em fraudes eletrônicas utilizava métodos sofisticados para dificultar o rastreamento do dinheiro roubado
Gabriel Nubile Publicado em 13/09/2025, às 12h58
O homem apontado pela Polícia Civil como um dos chefes de um esquema de golpes pela internet que atuava ao nível nacional foi preso em Santos. Conhecido pelo apelido de “Paim”, o suspeito de 26 anos foi detido na última sexta-feira (12) ao lado de um parceiro, de 20 anos, em um apartamento no bairro do Embaré, que funcionava como uma central para a aplicação das fraudes.
A prisão da dupla aconteceu de forma cinematográfica. Os policiais da 1ª Delegacia de Investigações Gerais de Santos foram até o imóvel para cumprir mandados de busca e apreensão e flagraram ambos no meio de uma conversa com uma possível nova vítima, por meio de um aplicativo de mensagens. Por conta disso, ambos foram presos em flagrante pelos crimes de organização criminosa e estelionato.
Como funcionava o golpe?
Segundo as investigações, a quadrilha era especializada em fraudes eletrônicas e tinha um método sofisticado para dificultar o trabalho da polícia. Assim que conseguiam enganar uma vítima e receber o dinheiro, eles agiam rapidamente para “pulverizar” os valores. Ou seja, espalhavam o montante em dezenas de contas bancárias diferentes, em pequenas transferências, tornando o rastreamento e a recuperação do dinheiro uma tarefa quase impossível.
Além de aplicar os golpes, o grupo também usava as redes sociais para expandir suas operações. Eles utilizavam as plataformas para recrutar novos integrantes para a organização criminosa e, ao mesmo tempo, para coletar dados e informações pessoais de potenciais alvos, o que facilitava a abordagem e aumentava as chances de sucesso das fraudes.
No apartamento onde “Paim” e seu comparsa foram presos, os agentes apreenderam uma grande quantidade de material que servirá como prova e ajudará a aprofundar as investigações. Foram recolhidos celulares, um notebook, uma máquina de cartão, um caderno com diversas anotações sobre o esquema e vários cartões bancários em nome de terceiros. Todo esse material foi encaminhado para a perícia. A Polícia Civil já solicitou à Justiça que a prisão em flagrante da dupla seja convertida em preventiva, para que eles permaneçam detidos enquanto as investigações continuam para identificar e prender o resto da quadrilha.