No mês anterior, o CETAS Juréia-Peruíbe acolheu 72 animais; destes, 23 foram reintroduzidos ao meio ambiente enquanto 14 não resistiram
Alanis Ribeiro Publicado em 12/11/2024, às 09h47
Quatro espécies de corujas receberam tratamento especializado no Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS) da Juréia, em Peruíbe. As aves resgatadas incluem a Murucututu-de-barriga-amarela, o Caburé, a Coruja-do-mato e a Coruja-buraqueira.
A Murucututu-de-barriga-amarela (Pulsatrix koeniswaldiana) foi encontrada após sofrer uma colisão, apresentando lesões na asa esquerda e no bico. De acordo com os especialistas do CETAS, a ave passará por exames de imagem e raio-X para um diagnóstico detalhado e subsequente tratamento adequado.
Já o Caburé (Glaucidium brasilianum) foi descoberto por um residente local sem ferimentos visíveis, mas demonstrava desorientação e dificuldade para voar. O animal recebeu medicação e permaneceu em quarentena para observação, sob suspeita de colisão. Após 72 horas de monitoramento, o Caburé foi devolvido ao seu habitat original.
A Coruja-do-mato (Strix virgata), que também sofreu uma colisão com um edifício, estava em estado magro e com uma lesão no bico. Durante o período de recuperação, foi submetida a tratamentos médicos, dieta equilibrada e sessões de fisioterapia. Posteriormente, foi liberada em uma área protegida da região.
Por fim, a Coruja-buraqueira (Athene cunicularia), símbolo da cidade de Peruíbe, foi achada em via pública com uma fratura na asa esquerda. A ave passou por estabilização e cirurgia para colocação de pino ortopédico. Atualmente em recuperação, o prognóstico é otimista quanto ao seu retorno à natureza.
Thiago Nascimento, biólogo responsável pelo CETAS, destacou que é frequente a entrada de aves vítimas de colisões. Ele informou que várias espécies já foram reabilitadas na unidade, como a Coruja-orelhuda, Coruja Suindara e outras. No mês anterior, o CETAS Juréia-Peruíbe acolheu 72 animais; destes, 23 foram reintroduzidos ao meio ambiente enquanto 14 não resistiram.
Nascimento observou que muitos dos animais ainda permanecem em reabilitação sem previsão de soltura. Isso se deve à presença de filhotes órfãos, indivíduos em recuperação pós-cirúrgica ou espécies fora de sua área natural de distribuição, impedindo sua liberação imediata na natureza.
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