Unicef implementa ações em oito estados para garantir acesso à água e saneamento a comunidades vulneráveis
Gabriela Thier Publicado em 22/03/2025, às 17h31
No Dia Mundial da Água, celebrado em 22 de março, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) emitiu um alerta preocupante: cerca de 2,8 milhões de crianças no Brasil não têm acesso adequado à água, especialmente em regiões rurais. Os dados, extraídos do estudo intitulado "Pobreza Multidimensional na Infância e Adolescência no Brasil", foram divulgados em janeiro e cobrem o período de 2019 a 2023.
O levantamento baseou-se na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PnadC) Anual. Apesar de uma redução de 31,5% no número de crianças e adolescentes sem acesso à água durante esse intervalo, ainda existem aproximadamente 1,5 milhão que vivem em condições extremas, residindo em lares sem abastecimento de água encanada.
Conforme o Unicef, cerca de 1,2 milhão de crianças têm acesso apenas a água canalizada que está disponível nas áreas externas ou nos terrenos das suas residências.
Nas áreas urbanas, a porcentagem de crianças e adolescentes sem acesso adequado à água é de aproximadamente 2,4%, enquanto nas áreas rurais essa estatística sobe para alarmantes 21,2%.
O estudo revela que o estado do Acre apresenta a situação mais crítica, com 12,7% das crianças e adolescentes vivendo em locais sem acesso à água canalizada. Em seguida estão a Paraíba (12,2%), Amazonas (11,3%), Pará (9,8%) e Alagoas (9,1%), formando o grupo dos cinco estados mais afetados.
Além disso, o Unicef informa que aproximadamente 19,6 milhões de crianças e adolescentes brasileiros enfrentam privação no acesso a níveis adequados de saneamento básico, correspondendo a 38% desse público no país.
Enquanto nas áreas urbanas 28% das crianças e adolescentes carecem de saneamento básico, nas zonas rurais esse índice salta para alarmantes 92%.
Novamente o Acre se destaca como o estado mais preocupante nesta questão: lá, 31,5% das crianças e adolescentes vivem em residências sem acesso ao saneamento básico. O Amazonas segue com 23,5%, Maranhão com 19,8%, Pará com 16,9% e Piauí com 13,7%, completando a lista dos estados com as piores condições.
A pesquisa ressalta que "as análises regionais revelam desigualdades persistentes", com as regiões Norte e Nordeste apresentando as taxas mais altas de privação. Em determinados estados dessas regiões, mais de 80% das crianças ainda enfrentam condições que comprometem direitos básicos. Isso ressalta a urgência de políticas públicas direcionadas para atender às particularidades e desafios enfrentados nessas áreas.
Em resposta a essa realidade desafiadora, o Unicef implementou iniciativas que beneficiaram mais de 250 mil pessoas em oito estados brasileiros durante o ano de 2024. Dentre esses beneficiados estão cerca de 75 mil crianças e adolescentes.
As ações focaram em escolas, unidades de saúde e comunidades indígenas, quilombolas e ribeirinhas nos estados do Pará, Amazonas, Amapá, Bahia, Pernambuco, Maranhão, Roraima e Rio Grande do Sul.
Rodrigo Resende, Oficial de Água, Saneamento e Higiene do Unicef no Brasil, afirmou: "Nosso trabalho é voltado para fortalecer as políticas públicas que garantem o acesso à água e ao saneamento. Cada criança e adolescente no Brasil deve ter esse direito assegurado". Ele enfatizou ainda que a falta de água potável e saneamento adequado compromete não apenas a saúde física das crianças mas também seu acesso à alimentação adequada e educação.
"Por isso", concluiu Resende, "o Unicef concentra seus esforços nas comunidades mais vulneráveis para garantir que nossas estratégias possam alcançar tantas pessoas quanto possível em todo o país."
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