A Porsche que teria sido clonada foi apreendida em São José dos Campos, quando era negociada em uma loja de veículos. A perícia feita à época detectou adulteração nas características de identificação do veículo
Jota Ribeiro Publicado em 22/08/2023, às 00h00
O ex-presidente do Departamento de Trânsito de São Paulo (Detran-SP), Maxwel Borges de Moura Vieira, que está sob suspeita de clonar documento de uma Porsche, enquanto comandava o Detran, é o nome preferido do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro(PL) para ocupar uma cadeira de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. Bolsonaro já sinalizou ao governador Tarcísio de Freitas (PL) que quer seu apadrinhado no TCE. Tarcísio tem outro nome para a mesma cadeira.
O governador se reuniu com líderes da Assembleia Legislativa e cobrou apoio ao nome do deputado federal Marco Bertaiolli (PSD-SP) para o cargo. Bertaiolli tem ainda o apoio de outro aliado de Bolsonaro, o presidente de seu partido, o ex-deputado, Valdemar Costa Neto, além de Gilberto Kassab, presidente do PSD, que também é secretário de Governo de Tarcísio.
O PROBLEMA
Maxwel Vieira, amigo de Bolsonaro, está no "epicentro" de suposta clonagem de documento de uma Porsche que se envolveu em acidente e ficou totalmente destruída. Ele teria usado os documentos do carro do acidente para "esquentar" outro do mesmo modelo, ano e série. A adulteração teria sido feita durante o período em que Maxwel foi presidente do Detran, onde ficou até 5 de fevereiro de 2019. A adulteração do carro foi constatada pela polícia (veja abaixo).
O CARRO
A Porsche envolvida na história ficou destruída em acidente no interior paulista e desapareceu do sistema do Detran. Em seu lugar, teria surgido a Porsche de placas LTA-8745 "cadastrada" na Delegacia de Trânsito de São José dos Campos. O veículo seria do próprio Maxwel Vieira.
O carro "quente", o original, era de um prestador de serviços do Detran, que teria dado a Maxwel como presente. A Porsche está em nome de DJM Construções, Manutenção e Instalação EI (Empresário Individual), do Rio de Janeiro, que seria de Maxwel. A empresa foi extinta, segundo registros da Junta Comercial do Estado do Rio de Janeiro (Jucerja). O mesmo CNPJ que era da DJM passou a ser usado pela MCS Construções, Manutenção e Instalações Ltda, registrada em nome de Moisés da Conceição Simões.
Na Delegacia de Investigações Gerais de São José dos Campos, foi registrado um boletim de ocorrência (nº 320/2018). O registro aconteceu depois que uma denúncia levou policiais a uma loja famosa da cidade que vende carros. A Porsche foi oferecida, mas houve suspeitas de que se tratava de um "dublê". A Polícia foi ao local e constatou as irregularidades quanto à remarcação do número do chassi e outras. O carro foi apreendido.
NEGA - A reportagem tentou contato com Maxwel Vieira desde 12h10 deste domingo, 20. Ele só respondeu às mensagens deixadas no aplicativo, às 19h56. De forma lacônica, Vieira negou ser o dono da Porsche: "Nem tenho carro", disse. Sobre sua indicação para o TCE, ele nada respondeu.
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