Policiamento

Após morte de criança em comunidade de Santos governo intensifica policiamento

A polícia intensifica a caça a suspeitos que causaram morte de criança em Santos

Após morte de criança em comunidade de Santos governo intensifica policiamento - Imagem: Reprodução/ Paulo Pinto/ Agência Brasil
Após morte de criança em comunidade de Santos governo intensifica policiamento - Imagem: Reprodução/ Paulo Pinto/ Agência Brasil

Maria Clara Campanini Publicado em 08/11/2024, às 15h02


A Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) intensificou a presença policial na região da Baixada Santista com o objetivo de localizar e prender os suspeitos envolvidos no trágico episódio que resultou na morte de uma criança de quatro anos em Santos. Conforme informações divulgadas pela SSP, esta operação foi iniciada na quarta-feira (6), um dia após o incidente fatal, e permanece sem previsão de término.

Ao ser questionada nesta sexta-feira (8) sobre o contingente exato de policiais mobilizados, a secretaria optou por não divulgar detalhes, citando riscos à eficácia da operação. "O policiamento foi reforçado, com o apoio do serviço de inteligência da Polícia Militar, além das forças locais e do policiamento de choque, com foco na identificação e captura dos envolvidos", afirmou o coronel Emerson Masseira, porta-voz da Polícia Militar, em coletiva na quarta-feira.

O coronel Masseira assegurou que a prisão dos responsáveis é iminente e representa não apenas um dever, mas também uma questão de honra para a corporação. O incidente ocorreu enquanto Ryan da Silva Andrade Santos brincava na calçada em frente à residência de uma prima no Morro São Bento, quando foi atingido por um disparo durante uma operação da Polícia Militar na noite de terça-feira (5). Segundo o próprio porta-voz, é provável que o tiro tenha sido disparado por um policial. O pai do menino, Leonel Andrade Santos, também foi vítima fatal durante a Operação Verão, realizada no início deste ano. O texto conta com informações da Agência Brasil.

Em comunicado oficial após a morte do menino, a SSP expressou profundo pesar e esclareceu que os policiais estavam patrulhando uma área conhecida pelo tráfico de drogas quando foram alvejados por aproximadamente dez criminosos.

A ocorrência gerou inúmeras críticas por parte de entidades de direitos humanos, parlamentares e moradores locais, que denunciaram abusos e ilegalidades nas operações policiais realizadas na Baixada Santista desde o ano passado. A SSP justificou as ações sob os nomes Operação Verão e Escudo como esforços para combater o crime organizado.

A Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo uniu-se a entidades de direitos humanos e parlamentares para manifestar indignação diante das mortes de Ryan e de um adolescente de 17 anos em Santos durante a mesma operação policial.

"É inaceitável que a gestão da SSP-SP e o comando da PMESP considerem a morte de civis, especialmente crianças, como um subproduto aceitável das operações policiais. Esse padrão violento e desproporcional tem sido cada vez mais evidente nas periferias paulistas", afirma a nota emitida por diversas entidades defensoras dos direitos humanos.

Assinam esta nota, além da Ouvidoria, organizações como a Associação Amparar; Bancada Feminista; Centro de Direitos Humanos e Educação Popular; Comissão Arns; Conectas Direitos Humanos; deputados estaduais Ediane Maria e Eduardo Suplicy; Fórum Brasileiro de Segurança Pública; Institutos Sou da Paz e Vladimir Herzog; Movimento Independente Mães de Maio; e a Rede de Proteção e Resistência contra o Genocídio.