As casas na beira do rio também são as mais afetada por esta alteração
Alanis Ribeiro Publicado em 22/07/2024, às 08h13
Uma das grandes preocupações peruibenses é de ver as casas serem engolidas pelo mar. Uma insegurança diária.
A cozinheira Débora Pereira, de 39 anos, conta que a cada mês é possível notar o avanço no nível do mar em direção às casas. "Ele vem avançando cada vez mais". A moradora relata ao G1 Santos, que o mar também está destruindo as vegetações típicas das regiões.
As casas construídas na beira da praia e nas margens do rio, são as mais afetadas.
Esta situação está presente na vida dos moradores a cerca de 10 anos, mas piorou notavelmente nos últimos três anos.
"A nossa maior preocupação são as casas dos moradores locais, temos receio deles estarem perdendo as casas e não terem pra onde ir", finaliza.
Mas afinal, qual o motivo disso estar acontecendo?
De acordo com o professor e pesquisador do IMar/Unifesp, Ronaldo Christofoletti, isso pode ocorrer em diferentes espaços e trata-se da erosão costeira e alteração do ambiente natural. "Com a mudança do clima, o nível do mar e a quantidade de ressacas estão subindo", declara.
Segundo o pesquisador, a influência do nível do mar e das ressacas na costa litorânea depende das características do fundo do mar, da área adjacente e da inclinação da região em relação à costa.
Além disso, as intervenções humanas,contribuem com a mudança na quantidade e a força da água doce que chega ao local, alterando a dinâmica local do encontro da água doce (do rio) com a água do mar.
Ainda de acordo com o pesquisador, a Barra do Una é um ponto da área costeira onde já é possível ver o impacto da mudança climática. A região do encontro entre o mar e a água doce, chamada de estuário, faz com que a água fique salobra, ou seja, com uma salinidade intermediária.
"Como o mar está subindo mais, está ficando mais salgado na região onde os moradores moram. Então, realmente, as espécies de peixes que dependem de uma água com menor salinidade já não vão estar mais naquele local", explica.
Esclarecimento
Procurada pelo G1 Santos, a Prefeitura de Peruíbe informou que a área é administrada pela Fundação Florestal, do Governo Estadual de São Paulo.
Em nota enviada para o G1 Santos, a Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) informou que, por meio do Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA), monitora o processo erosivo, que decorre por um fenômeno natural, na região de Barra do Una, junto à comunidade e à Fundação Florestal (FF), por se tratar de uma Unidade de Conservação (UC).
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