Polícia

Bebê morre com traumatismo em Guarujá e padrasto some; mãe exige justiça

Natalya, mãe da criança, suspeita do ex-companheiro e pede investigação rigorosa sobre a morte de seu filho, Henry Lucca

Um bebê de 2 anos morreu após traumatismo craniano, e o padrasto desapareceu sem prestar depoimento à polícia - Imagem: Reprodução
Um bebê de 2 anos morreu após traumatismo craniano, e o padrasto desapareceu sem prestar depoimento à polícia - Imagem: Reprodução

Gabriel Nubile Publicado em 19/05/2025, às 13h24


Um bebê de apenas 2 anos morreu em Guarujá após sofrer um grave traumatismo craniano, e o padrasto da criança desapareceu no dia seguinte, sem prestar depoimento à polícia. A mãe, Natalya Karyna Prudêncio Barbosa, de 30 anos, pede uma investigação rigorosa e suspeita do envolvimento do ex-companheiro na morte de seu filho, Henry Lucca.

A morte ocorreu em 31 de janeiro, seis dias depois que o menino foi internado em estado grave na UTI do Hospital Santo Amaro. Antes, vizinhos o levaram em parada cardiorrespiratória para uma base da Polícia Militar (PM) na Vila Zilda, onde recebeu os primeiros socorros, ação registrada pela câmera de um PM. O laudo do IML apontou broncoaspiração como causa da morte, consequência de uma hemorragia após traumatismo cranioencefálico.

Padrasto Desaparece Após IML

O padrasto, que estava sozinho com Henry quando o incidente aconteceu, alegou que o menino caiu da cama e se engasgou com a mamadeira. O tio da criança registrou o BO com essa versão, mas a história começou a ser questionada com o desaparecimento do homem em 1º de fevereiro.

Natalya contou que o ex-companheiro a acompanhou até o IML em Santos para liberar o corpo. Como o laudo não estava pronto, ele a chamou para um café perto dali.

Eu me sentei, peguei um suco. Ele disse que ia ligar para a mãe dele, que estava chorando. Saiu com o telefone na mão e nunca mais voltou", lembrou a mãe.  

Logo depois, ela viu transferências bancárias feitas por ele e chamou a PM. "Disseram que não havia atuação do Baep na área, como ele tinha alegado. Foi aí que entendi que ele havia fugido", disse.

Natalya não acredita na versão de queda. "Minha cama era baixa. Ele já tinha caído antes, pulava... Nunca aconteceu nada. Para causar traumatismo, é preciso uma pancada muito forte." Ela também afirma que o padrasto não socorreu o filho, sendo uma vizinha a prestar os primeiros auxílios. A mãe relata que o homem era agressivo e usou um nome falso no início do relacionamento. "Acho que ele deu um tapa no meu filho, ele bateu a cabeça. Ele era violento até com outras pessoas", contou.

Apesar das suspeitas e do laudo, o padrasto ainda não é considerado suspeito formalmente, pois não foi encontrado para depor. "Quero que ele apareça e diga o que aconteceu com meu filho. O laudo mostra traumatismo. A advogada explicou que ele só teve broncoaspiração porque desmaiou com a pancada, e o líquido subiu para o pulmão", explicou Natalya.

A Secretaria de Segurança Pública (SSP-SP) informou que o caso está sendo investigado pelo 1º DP de Guarujá. "A equipe da unidade continua com as diligências para localizar o padrasto da criança e ouvi-lo sobre os fatos. Até o momento, não foi solicitado mandado de prisão, pois não há elementos suficientes que indiquem a autoria do crime". A SSP-SP informou ainda que o inquérito segue em andamento e detalhes são mantidos em sigilo por envolver menor de idade.