O Brasil lidera o ranking da América Latina; impacto ambiental exige soluções urgentes
Maria Clara Campanini Publicado em 17/10/2024, às 14h59
O Brasil ocupa a oitava posição global em termos de poluição marinha por plástico, ficando em primeiro na América Latina. Anualmente, 1,3 milhão de toneladas de resíduos plásticos são despejadas nos oceanos, conforme detalhado no relatório "Fragmentos da Destruição: impacto do plástico à biodiversidade marinha brasileira", divulgado recentemente pela Organização Não Governamental (ONG) Oceana. Esse volume representa 8% da poluição plástica mundial.
Ademilson Zamboni, oceanólogo e diretor-geral da Oceana, enfatiza que o estudo visa dimensionar a gravidade do problema no Brasil e fomentar uma mudança significativa no atual modelo de produção e descarte. "O modelo atual que permite a poluição dos mares por plástico necessita de uma urgente substituição", afirmou Zamboni.
O relatório destaca os impactos negativos dessa poluição nos ecossistemas marinhos e na alimentação humana. Foi registrada a ingestão de plástico em 200 espécies marinhas, das quais 85% estão ameaçadas de extinção. Preocupantemente, um em cada dez desses animais sucumbiu devido a complicações como desnutrição e imunidade comprometida, causadas pela exposição a substâncias químicas prejudiciais. O texto conta com informações da Agência Brasil.
A análise incluiu dados dos Projetos de Monitoramento de Praias das Bacias de Santos e Campos, que examinaram o conteúdo estomacal de 12.280 aves, répteis e mamíferos marinhos. Os pesquisadores detectaram plástico em 49 das 99 espécies analisadas. Tartarugas marinhas foram as mais afetadas, com resíduos sólidos presentes em 82,2% das amostras.
Na costa brasileira, todas as espécies de tartarugas marinhas já foram encontradas com plástico no sistema digestivo. Particularmente preocupante é o caso das tartarugas-verdes, onde 70% dos indivíduos estudados ingeriram plástico, atingindo até 100% em algumas regiões.
Entre os peixes amazônicos analisados em riachos do bioma, 98% das 14 espécies continham plástico ou microplástico em seus sistemas digestivos e brânquias. Além disso, moluscos como ostras e mexilhões também mostraram contaminação, apontando o consumo humano dessas espécies como um potencial vetor de contaminação.
"A devastação causada pelo plástico na vida marinha é alarmante e a única solução viável é reduzir drasticamente o volume de resíduos lançados nos mares", adverte o relatório.
Propostas Legislativas
Os pesquisadores recomendam que as autoridades públicas invistam em pesquisa e desenvolvimento, promovam alternativas ao plástico economicamente viáveis e estabeleçam uma legislação específica para regular a produção de plásticos, especialmente os descartáveis.
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