Até hoje as famílias que foram atingidas pelo avião que caiu com o candidato a presidência Eduardo Campos seguem na justiça para conseguir indenização
Maria Clara Campanini Publicado em 13/08/2024, às 15h38
No dia 13 de agosto de 2014, o avião Cessana Citation 560 XL, prefixo PR-AFA, que levava o candidato a presidência Eduardo Campos, caiu no Boqueirão, Santos. O acidente levou a morte do candidato. Até hoje famílias que foram atingidas pela queda não receberam a indenização.
Todas as pessoas a bordo morreram. Além de Eduardo Campos, os pilotos Geraldo Magela Barbosa e Marcos Martins, o jornalista Carlos Augusto Leal Filho (Percol), o assessor Pedro Almeida Valadares Neto, o fotógrafo Alexandre Severo e Silva e o cinegrafista Marcelo de Oliveira Lyra.
O avião ia do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, até a Base Aérea de Santos, em Guarujá. Por conta do mau tempo, atrapalhou as duas tentativas de pouso e depois caiu.
Segundo o Centro de Investigações e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), órgão do Comando de Aeronáutica, os pilotos sofreram com desorientação espacial por conta das condições climáticas desfavoráveis, com muitas nuvens.
Também, o piloto e copiloto não tinham treinamento para o modelo utilizado, e sim de versões anteriores. Foi descartado hipóteses de fogo na aeronave, voo de dorso e colisão aérea. A investigação durou um ano e meio.
O processo
Uma turbina caiu em um apartamento alugado na Rua Vahia de Abreu. Não matou ninguém, porém as moradoras foram morar em outro lugar.
“Com o acidente, a família perdeu tudo. Todos os seus pertences foram destruídos, e as consequências emocionais foram devastadoras, com transtornos psicológicos graves afetando a todos. Até hoje, eles não receberam qualquer compensação que pudesse minimizar o impacto dessa tragédia em suas vidas”, disse o advogado da família, Joaquim Barboza.
O processo tem quatro réus: o Partido Socialista Brasileiro (PSB), AF Andrade Empreendimento e Participações Ltda (em recuperação judicial), João Carlos Lyra e Apolo Santana Viera.
“Até o momento, nenhum desses réus assumiu a responsabilidade pelo ocorrido, resultando em frustrante jogo de empurra, onde cada um tenta atribuir a culpa ao outro”, disse Barboza.
O processo está na 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília. O processo está em fase de recurso especial desde junho de 2021.
Três ações não conseguiram êxito. Uma ligada à Academia Mahatma e outra à pessoa física do proprietário do imóvel e do estabelecimento. As duas últimas estão em segunda instância no Tribunal de Justiça de São Paulo.
“Na de pessoa física, pedimos danos morais, materiais e lucros cessantes pela não utilização do imóvel no período da reforma. A juíza retirou o PSB como réu, alegando que não tinha vinculação com o avião. E recorremos para a segunda instância. No mesmo aspecto foi a demanda pela Mahatma, sobre a qual também recorremos, porque a mesma juíza fez igual, retirando o PSB”, falou o advogado Alexandre Ferreira.
O Colégio Plenitude, teve sequência diferente. Nas duas primeiras instâncias o PSB foi mantida como réu, o partido recorreu ao STJ para ser retirado.
“a maior parte dos processos já foi favorável ao partido. Aguardaremos a decisão da Justiça sobre os demais processos. Entendemos que a responsabilidade é da empresa proprietária da aeronave” disse em nota o PSB. Até agora a AF Andrade não respondeu os contatos.
Leia também
Imagens do assassinato de Igor Peretto ajudam a polícia a entender o crime; Confira
TRIÂNGULO OU QUADRADO AMOROSO? Veja tudo o que se sabe sobre o crime que parou o litoral de SP
Recém nascido morre após ser encontrado no vaso sanitário em UPA de Praia Grande
Tio da viúva de Peretto diz que sobrinha pediu para esconder amante
Marylin Monroe usava para dormir apenas duas gotas de Chanel