Segundo os cientistas, julho foi uma espécie de apresentação do que será em breve a realidade para o mundo e de forma permanente
Karina Faleiros Publicado em 08/08/2023, às 11h12
De acordo com o Serviço de Mudanças Climáticas da EU Copernicus, a média global para os dias de julho bateu a marca de 1,5°C acima da era pré-industrial. Enquanto líderes se preparam para participar da Cúpula da Amazônia hoje, dados confirmam que o mundo registrou em julho o mês mais quente desde que a medição começou a ser realizada.
Confira os dados
Segundo informações do uol, o mês foi 0,72°C mais quente do que a média de julho de 1991-2020 e 0,33ºC mais quente do que o mês mais quente anterior, julho de 2019.
Foram registradas ondas de calor em várias regiões do Hemisfério Norte, incluindo o sul da Europa.
Temperaturas bem acima da média ocorreram em vários países da América do Sul e em grande parte da Antártica.
Com um valor mensal 15% abaixo da média, a extensão do gelo marinho da Antártica continuou a quebrar recordes para a época do ano. De longe, a menor extensão de julho desde o início das observações por satélite.
As regiões extra tropicais mais secas do que a média incluíram o México e o sudoeste dos Estados Unidos, o centro e o sudeste da Ásia, o sudoeste da Austrália e partes do sul do Brasil e o Paraguai.
Temperatura mais elevada em 120 mil anos
Segundo Samantha Burges, vice-diretora do Serviço de Mudanças Climáticas do Copernicus, a média de temperatura do planeta foi de 16,95°C em julho. A especialista aponta que, extrapolando para os dados coletados e analisados pelos cientistas, pode-se dizer que a temperatura é a maior em 120 mil anos.
O anúncio realizado nesta terça-feira ocorre depois de semanas de registros de recordes absolutos de temperaturas, sendo identificados em várias partes do hemisfério Norte, que atravessa seu verão. Recentemente, os cientistas também anunciaram um calor sem precedentes nas águas dos oceanos.
Segundo Chris Hewitt, os últimos oito anos foram os oito anos mais quentes já registrados. “Os cientistas estão nos avisando sobre isso há um bom tempo”, insistiu.
Ele ainda cita que um dos próximos cinco anos serão os mais quentes já registrados. Para a ONU, a única “suspresa” é o fato de que esses fenômenos estão ocorrendo antes de qualquer previsão mais pessimista.
Para o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, a marca de 1,5°C de elevação da temperatura é estratégica. Acima desse índice, o risco é de que eventos extremos sejam o “novo normal” do planeta, com um impacto sobre a vida de milhões de pessoas.
Recorde de 2023
De acordo com os cientistas, o que o mundo vê é apenas o começo de uma nova fase no planeta. 2023, por enquanto, é o terceiro ano mais quente já registrado. Porém os dados apontam que, no segundo semestre, os índices podem superar a marca de 2016, o maior já identificado.
Para a ONU, o momento é de reconhecer a vulnerabilidade do planeta. No final de julho, o secretário-geral da entidade, Antonio Guterres, alertou que “a era da ebulição global” chegou. “Para os cientistas, é inequívoco – a culpa é dos humanos”, completou.
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