Busca incansável por justiça se estendeu por seis anos e sete meses até ser decidida a setença dos reús
Alanis Ribeiro Publicado em 01/11/2024, às 10h16
Após um longo período de luto e espera, familiares e amigos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, assassinados em 14 de março de 2018, expressaram alívio com a condenação dos ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, ocorrida na quinta-feira (31), pelo 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro. A busca incansável por justiça se estendeu por seis anos e sete meses.
Ronnie Lessa foi condenado a 78 anos, 9 meses e 30 dias de prisão, enquanto Élcio Queiroz recebeu uma pena de 59 anos, 8 meses e 10 dias. A decisão marca um capítulo importante na busca por justiça para as vítimas.
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, irmã de Marielle, destacou o significado deste momento para todos aqueles que estiveram ao lado da família durante essa jornada. "Prometi honrar o sangue e a memória da minha irmã. Hoje, conseguimos dar voz a uma dor que carregamos no peito", afirmou Anielle, reiterando o compromisso de continuar lutando não apenas por Marielle e Anderson, mas também por um projeto maior em defesa dos direitos humanos.
Ághata Arnaus, viúva de Anderson Gomes, agradeceu a todos que apoiaram a causa e expressou sua falta de confiança nos arrependimentos manifestados pelos condenados. "O perdão é algo divino; eu não perdoo. Anderson e Marielle foram tirados de nós para sempre", desabafou.
Mônica Benicio, vereadora e viúva de Marielle, ressaltou a importância das sentenças como um marco para a sociedade brasileira. "Marielle foi morta por suas convicções em defesa da democracia. Este veredito é um passo para impedir que tais atrocidades se repitam", afirmou.
Marinete Silva e Luyara Santos, mãe e filha de Marielle, expressaram gratidão pelo apoio recebido ao longo dos anos e enfatizaram a necessidade de seguir adiante na busca pela responsabilização dos mandantes do crime. Antônio Francisco, pai de Marielle, também reforçou a urgência na condenação daqueles que orquestraram o atentado.
Atualmente, os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão são apontados como suspeitos de serem os mandantes do crime. Eles estão detidos desde março deste ano, juntamente com o delegado Rivaldo Barbosa, acusado de obstruir as investigações. O caso segue tramitando no Supremo Tribunal Federal devido ao foro privilegiado dos envolvidos.
As investigações sugerem que o assassinato de Marielle Franco está ligado a disputas fundiárias envolvendo milícias e divergências políticas sobre um projeto de lei que buscava regularizar um condomínio na Zona Oeste do Rio. A família Franco e seus apoiadores permanecem vigilantes para garantir que todos os responsáveis enfrentem a justiça.
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