Promotor se opõe à mudança de cidade, afirmando que jurados podem ser imparciais, apesar da comoção pública em Santos

Gabriella Souza Publicado em 02/11/2025, às 18h18
O julgamento do empresário Tiago Gomes de Souza, acusado de agredir e matar um senhor de 77 anos com um golpe em Santos, já tem data marcada: 13 de janeiro de 2026, com início às 13h30. A decisão da Justiça determina que o réu seja julgado por um júri popular.
É importante notar que, embora o crime tenha ocorrido em Santos, no litoral de São Paulo, o Tribunal do Júri será realizado na capital paulista. A mudança de local ocorreu após um pedido da defesa do acusado ser aceito pela Justiça.
Por que o julgamento mudou de cidade?
A transferência do caso de Santos para São Paulo foi autorizada pela 3ª Câmara de Direito Criminal. O processo que permite essa mudança é chamado de "desaforamento" e foi solicitado pelos representantes legais de Tiago Gomes de Souza.
O advogado do empresário, Eugênio Malavasi, argumentou na época que o caso teve grande repercussão e causou muita revolta na população de Santos. Segundo ele, essa comoção pública poderia influenciar a opinião dos jurados locais, que, pela lei, devem ser imparciais.
Oposição do Ministério Público
O promotor de Justiça Fabio Perez Fernandez, no entanto, não concordou com a troca de cidade.
Ele classificou o crime como "bárbaro" e destacou que, mesmo causando comoção em todos que souberam do fato, fossem eles moradores de Santos ou não, isso não significava que os jurados estariam com a opinião formada antes do julgamento.
Em uma declaração forte, o promotor prometeu que "seja lá onde for" o julgamento, ele lutará pela memória do senhor Cesar.
Entenda o crime
O trágico episódio aconteceu no dia 8 de junho de 2024, após uma discussão de trânsito na Rua Pirajá da Silva, no bairro Aparecida, em Santos.
A vítima, Cesar Fine Torresi, foi agredida com uma "voadora" e acabou falecendo. A agressão aconteceu na frente de seu neto, que tem apenas 11 anos.
Após o ataque, Tiago fugiu do local e se escondeu em um mercado próximo. Contudo, ele foi encontrado e preso em flagrante pela Polícia Militar.
Detalhes do julgamento
A juíza Patrícia Álvares Cruz, da 4ª Vara do Júri de São Paulo, que assinou a determinação, alertou que o júri pode se prolongar até o dia seguinte. A possibilidade se dá pelo grande número de pessoas que devem ser ouvidas como testemunhas no processo.
A magistrada também aceitou outros pedidos da defesa, como a autorização para que o réu vista as próprias roupasdurante o julgamento, em vez do uniforme do presídio. Além disso, ela pediu que as partes providenciem os equipamentos necessários para exibir vídeos e outras evidências eletrônicas.
O advogado Eugênio Malavasi afirmou que a defesa aguarda a realização do julgamento de forma tranquila, confiante de que a justiça será feita no momento oportuno.
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